| Foto: Sossella

Estratégias

Ir ao mercado com fome ou com crianças são hábitos de que devem ser evitados para economizar. Mas o que mais pode ser feito? Veja as dicas de consumidores especialistas no controle do orçamento:

- Visite mercados que cobrem o preço da concorrência – se tiver tempo e paciência de consultar encartes e propagandas na televisão.

- Compra pela internet evita gula. Quando você navega pelo site do supermercado, as fotos dos produtos causam menos apelo do que nas gôndolas.

- Compra on-line torna mais fácil obedecer à lista, o que permite economizar apesar da taxa de entrega (que costuma ser de R$ 5). O problema é quando a foto e a descrição não servem para esclarecer qual é o produto.

- Peça dicas de bons produtos a entendidos. Vinhos, azeites e itens sofisticados são caros, mas aproveitar ofertas pode ser uma roubada.

- Se ainda assim estiver gastando demais, peça para alguém com mais tempo fazer pesquisa de preço – ou até mesmo as compras. Certamente na sua fa-mília ou entre amigos há algum aposentado que gosta de pes-quisar e faz compras cuidadosas.

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De acordo com especialistas em varejo, o consumidor em geral aumenta o número de itens da lista de compras em 50% enquanto passeia pelo supermercado. Claro que as lojas usam estratégias para isso, como por exemplo, garantir que o ambiente esteja bem confortável. Mas o consumidor é responsável por grande parte deste "fenômeno", principalmente quando deixa de se questionar se realmente precisa de cada produto comprado.

Para evitar gastos desnecessários, o diretor da consultoria de varejo Mixxer Eugenio Foganholo sugere aquilo que todo mundo sabe, mas em geral não consegue fazer: levar ao mercado uma lista de compras bem completa. Pior: obedecê-la. "Mais importante do que estabelecer um valor limite para o gasto, é definir o que é realmente necessário", diz. É por isso que a publicitária Gisele Muniz só vai às compras munida de calculadora. "Eu estabeleço a verba que vou gastar e vou somando o preço dos itens antes de chegar ao caixa. Assim, controlo o gasto e não levo aquilo que não preciso."

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O professor de marketing do Unifae Marcos Kahtalian lembra que o fato de produtos de supermercado estarem posicionados em "locais nobres" – como as laterais das gôndolas e próximo ao caixa –, com preços atraentes, cria no consumidor a noção de que aquilo é de primeira necessidade. Para ele, a compra não planejada é por onde escorre o orçamento, pouco a pouco.

Todos concordam que crianças no mercado são um perigo para o orçamento. Mas nem sempre é possível deixá-las em casa, para alegria da pequena Joana, de 3 anos, que já fez alguns escândalos para "induzir" a mãe a levar o que ela queria. Nessas horas, haja firmeza para manter o pulso: "Se eu vejo que posso levar, compro, senão, digo não", diz a mãe, a administradora Margarete Troc. Ela vai no mercado que estiver mais perto, "porque não vale a pena gastar gasolina para ir a outro, mais distante", diz.

Fazer compras quando com pressa pode ser uma boa dica. Nesses casos, também é aconselhável fazer a lista de produtos na ordem em que estão dentro do supermercado. "Quanto menos caminha, menos a pessoa compra", alerta Foganholo.

Já a cabeleireira Mary Silva chega a pegar um ônibus a mais – quando acha que vale a pena – para buscar um produto mais barato em outra loja. "Hoje o controle é tudo. Sei o que está acabando em casa e no salão", diz.

A aposentada Tioko Matsumoto consulta todos os encartes que recebe para só então decidir onde comprar. "Daí aproveito para ver o que está em promoção e também compro", conta. A atenção deve ser redobrada no caixa, avisa, em coro com a bacharel em direito Verônica Makolin. "É comum o preço estar errado ou até cobrarem duas vezes pelo mesmo item."

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A dica de não ir ao mercado com fome é um dia sim e outro não desrespeitada por Ivone Cavalari, 37 anos. Com três filhos, ela trabalha a cada duas noites como operadora de sistemas numa central de monitoramento de alarmes. Antes do expediente, passa no mercado para se abastecer de lanches. "Eu venho com fome porque essa é a minha janta", conta. A dica nesse caso é só comprar o básico e ater-se a produtos conhecidos.