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Livrarias Curitiba investe R$ 43,5 milhões em expansão, com dois novos Centros de Distribuição

Rede possui 29 lojas distribuídas entre Paraná, Santa Catarina (Livrarias Catarinense) e São Paulo | /
Rede possui 29 lojas distribuídas entre Paraná, Santa Catarina (Livrarias Catarinense) e São Paulo (Foto: /)

Se entre 2017 e o início deste ano a Livrarias Curitiba teve como foco a expansão para o estado de São Paulo, com a abertura de cinco lojas, o primeiro semestre de 2018 foi dedicado a reforçar as operações e concentrar os esforços em organizar a casa. Um dos calos era a logística, que deve melhorar muito com a abertura de dois novos Centros de Distribuição (CD): um em Curitiba e outro em São Paulo. Juntando a expansão via lojas e os novos centros, são R$ 43,5 milhões em investimentos em meio a um lenta retomada da economia.

Localizado no bairro Uberaba, o novo CD na capital paranaense já está praticamente pronto e a previsão é de que comece a operar em outubro. Com o dobro de capacidade de armazenamento do CD atual, ele possui 11,7 mil metros quadrados de construção, em um terreno de 23 mil metros quadrados. Foram investidos R$ 34 milhões ao todo, entre compra do terreno, obras e infraestrutura.

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Atualmente, o CD de Curitiba funciona em um terreno junto à sede administrativa da empresa, no bairro Rebouças. Os 6 mil metros quadrados de lá não eram mais suficientes para atender a demanda e a diversidade de produtos vendidos pela livraria, em especial em épocas de vendas aquecidas, como Natal e volta às aulas. O espaço será vendido quando a mudança para o novo CD do Uberaba for feita.

O CD em São Paulo já começa a funcionar na primeira quinzena de setembro. Localizado na rodovia Anhanguera, ele dará mais agilidade aos processos logísticos da empresa. “Com uma localização estratégica, ficamos mais próximos aos clientes da região Sudeste e nos tornamos mais ágeis no cumprimento de prazos. E quanto mais rápido eu entrego, mais eu vendo”, afirma Marcos Pedri, diretor comercial da Livrarias Curitiba. O valor específico para a abertura deste CD não foi informado.

Segundo Pedri, o CD paulista ficará com o estoque de produtos de alto giro, como itens de papelaria, informática e presentes, e também concentrará a captação de produtos que vêm para o Paraná. Este último caso atende principalmente pequenas editoras que têm dificuldades em enviar as compras diretamente para o CD paranaense – a Livrarias Curitiba compra destas editoras cerca de 20 livros diariamente.

De acordo com Pedri, os demais fornecedores também indicaram que, graças à boa localização, conseguirão entregar sem custos no CD de São Paulo. “Temos um caminhão que sai quase todos os dias de Curitiba para São Paulo e, ao retornar, ele traz os produtos entregues no CD de lá”, explica Pedri.

O desejo da rede, segundo Pedri, era criar um diferencial dos concorrentes, e apostaram na logística para isso. “Com agilidade, rapidez e credibilidade, acreditamos que teremos um forte impacto nas vendas. É uma estratégia para crescer em que apostamos todas nossas fichas e agora vamos começar a colher”, acredita.

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Livrarias Curitiba expande para São Paulo em meio à crise do setor

Ao seu redor, a Livrarias Curitiba vê grandes redes concorrentes balançarem com a crise. A Saraiva, por exemplo, amargou prejuízos de R$ 37,6 milhões no segundo trimestre deste ano. A Livraria Cultura, que comprou a malsucedida Fnac, chegou a demitir 140 funcionários no início deste ano.

Na contramão, a Livrarias Curitiba anunciou sua expansão para o estado de São Paulo e a abertura dos novos centros de distribuição. A mais nova das cinco lojas de São Paulo, inaugurada no início deste ano, fica no Shopping Metro Tucuruvi, na capital paulista. A capital possui, ao todo, duas lojas, e as demais ficam em São José dos Campos, Taboão da Serra e Diadema. Todas dentro de shoppings.

“O comércio de rua está se perdendo, infelizmente, por questões de segurança. Percebemos que nossos clientes compram mais à noite, e na rua isso é mais difícil”, explica o diretor.

A decisão de expandir para São Paulo, veio quando a rede se viu bem posicionada no Paraná e em Santa Catarina (onde se chama Livrarias Catarinense), e sem desejo de levar seus negócios para o Rio Grande do Sul. “Entendemos que as oportunidades, neste momento, estão em São Paulo”, diz Pedri.

Empresa teve de diversificar produtos para resistir à crise

Não quer dizer, no entanto, que a crise do setor não afetou os negócios da empresa. Os livros, que representavam 80% do faturamento, agora representam cerca de 55%. Foi preciso ampliar o mix de produtos para continuar no azul, com a entrada das categorias de brinquedos, material escolar e papelaria, informática, presentes, design, decoração e, em algumas lojas, é possível encontrar até vinho, como na da Boca Maldita, em Curitiba. “Os livros são nossa paixão, mas o mercado exigiu esta abertura. Hoje, informática representa, em média, 22% do nosso faturamento, por exemplo”, indica Pedri.

Além das vendas no varejo, pelas lojas físicas e o e-commerce, a Livrarias Curitiba atua também no atacado que, segundo o empresário, representa 35% das vendas dos livros de toda companhia, atendendo mais de mil empresas em todo país. Entre elas, estão livrarias menores, localizadas geralmente no interior dos estados, e colégios de pequeno, médio e grande porte.

Pedri também destaca a importância de participarem de licitações do governo. Ele explica que cada vez que uma faculdade ou universidade vai abrir um novo curso, precisa disponibilizar uma biblioteca mínima para os futuros alunos, o que necessita de licitação. “Como os volumes de compra costumam ser grandes, o valor é relevante e representam parte importante das vendas por atacado”, conta.

Segundo o diretor, a companhia está bastante animada com a resposta do novo mercado paulista, tanto no varejo, como no atacado. Não há, por enquanto, previsão de entrada em outras praças.

A Livrarias Curitiba possui um total de 29 lojas entre Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Por ora, apenas uma nova loja já está certa para abrir: no Jockey Plaza Shopping, em construção em Curitiba e com previsão de inauguração ainda para este ano. “Estamos em fase de ‘namoro’ com alguns outros shoppings em São Paulo, mas ainda não há nada definido”, adianta o executivo.

Em 2017, o faturamento total da empresa foi de R$ 310 milhões, cerca de 18% maior que os R$ 263,8 milhões registrados no ano anterior.

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