O educador financeiro do Blog de Valor, André Bona, lembra que o significado de curto prazo não diz respeito apenas ao tempo de aplicação, mas à disponibilidade de resgate.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Investimentos de curto prazo exigem tanto organização e atenção quanto os de longo prazo. O significado de curto prazo, aliás, lembra o educador financeiro do Blog de Valor, André Bona, não diz respeito apenas ao tempo de aplicação, mas à disponibilidade de resgate. Ou seja, são aqueles que permitem que você faça o resgate caso precise de dinheiro antes, e com um bom rendimento.

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Já rendem a partir do primeiro dia e o investidor já sabe, de antemão, o que esperar desse investimento. “É interessante que o investidor saiba analisar as características da aplicação: sempre busque pelos que oferecem grande liquidez e baixo custo de operação”, explica Bona.

Abaixo, cinco investimentos de curto prazo indicados pelo educador financeiro:

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1. Letras de Crédito Imobiliário (LCI)

Correspondem um investimento que é convertido em créditos para o financiamento de imóveis. Esses créditos são oferecidos pelas instituições financeiras e o investimento é isento do imposto de renda — ele é bastante seguro, já que o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) se responsabiliza pelas eventuais perdas. Os títulos LCI têm liquidez que variam entre 3 e 24 meses. Contudo, apesar de ser uma boa alternativa a curto prazo, eles rendem melhor quando há pouca liquidez — ou seja, a longo prazo. Nesse contexto, alguns LCI podem ter uma liquidez não tão imediata, fique atento.

2. CDB

Os Certificados de Depósitos Bancários são uma opção também a curto prazo. Eles são seguros e, se comparados com a poupança, rendem muito mais. Como os LCI, eles são garantidos pelo FGC no caso de investimentos de até R$ 250 mil. Nesse caso, é interessante que o investidor escolha títulos que paguem o total do CDI (Certificado de Depósito Interbancário). Infelizmente, não é costume dos grandes bancos pagar o total antes dos 3 anos de aplicação. Para um bom aproveitamento, é melhor comprar títulos de instituições de menor porte. Escolha CDBs cuja liquidez é diária ou que tenham pouca carência. Fique atento: é preciso pagar o IR e a variação depende do tempo de resgate da liquidez. Se esta for menor que 180 dias, o desconto é de 22,5%, se forem feitos saques entre 181 e 360 dias, o desconto é de 20%. Caso você resgate valores entre 361 e 720 dias, a taxa é de 17,5% e, acima de 720 dias, 15%.

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3. Fundos de Renda Fixa Referenciados DI

Os Fundos DI têm relação direta com o CDI e também com a taxa Selic. Nesse contexto, eles estão na categoria de pós-fixado, o que significa que eles aumentam ou diminuem a rentabilidade de acordo com o comportamento da Selic. O mais importante é que a taxa de operação desse investimento não seja maior do que 0,5% ao ano — caso contrário, ele não é um título rentável. A remuneração também deve ser maior do que 100% do CDI. Eles não são fundos com uma garantia de rentabilidade, o que exige do investidor uma atenção maior em relação a quanto o banco pagará sobre a CDI. Porém, para contrapor essa imprecisão, eles são obrigados a garantir 95% de seus ativos com CDI, o que faz com que sua rentabilidade seja mais estável. O grande ponto desse investimento é que a sua liquidez é muito rápida, tanto que o resgate pode ser feito a qualquer momento.

4. Tesouro Selic

O famoso Tesouro LFT é mais um dos títulos cuja remuneração é ligada à taxa Selic — tanto que muitas vezes ele é denominado por ela. Por definição, o Tesouro Selic é um título oferecido pelo governo para quitar as suas despesas. O tesouro entra na categoria de investimento pós-fixado e o seu rendimento pode ser diário. O IR também é cobrado nos títulos do tesouro direto e ainda é preciso pagar uma taxa de 0,3% ao ano. Todavia, eles valem muito mais a pena se comparados com a poupança. Especialmente se a intenção é investir mais de R$ 50 mil e resgatar os rendimentos seis meses depois.

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5. Fundos de renda fixa atrelados ao CDI

Mais um do grupo de investimentos pós-fixados, esses fundos variam de acordo com o CDI e também com a taxa Selic. Aqui, o mais importante é que a taxa de administração não seja maior que 1% ao ano. Com essa condição, ele se torna sem dúvidas, muito mais rentável. A remuneração sempre deve ser maior que o total da CDI. Além do CDB e do LCI que comentamos acima, você também encontra os títulos LCA, que estão ligados ao financiamento para o Agronegócio. Todos eles usam o CDI como referência para a sua rentabilidade, assim como os Debêntures e até alguns títulos do tesouro direto. No entanto, vale destacar que você deve prestar atenção ao tamanho da carência desses investimentos, pois menos liquidez e maiores taxas de retorno garantem que eles valham a pena no curto prazo.