Trabalho e força de vontade ajudam. Mas chega uma hora que fica difícil fazer seu negócio crescer sem ter dinheiro na conta. É nessa hora que muita gente pensa: "preciso de um investidor para o meu negócio". Mas onde encontrar um maluco disposto a tirar dinheiro do próprio bolso em troca de uma simples aposta de que a sua empresa vai para a frente? Como conseguir um investidor para o seu negócio? Pois a verdade é que existem investimentos para todos os gostos (e bolsos). Então é bom conhecer este mercado antes de se aventurar.
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Listamos cinco passos para o empreendedor (veja os detalhes abaixo)que quer se embrenhar por este mundo. Mas, primeiro, vale lembrar que investimento não é almoço grátis. O investidor não é um cara bonzinho, com fé na inovação, que vai sair distribuindo dinheiro para boas ideias. Ele até pode ser isso tudo, mas o que rola é uma operação financeira.
“Toma lá dá cá”
Quem investe, quer tirar este dinheiro de volta lá na frente, de preferência multiplicado. O empreendedor, por sua vez, se compromete a usar esta grana para fazer seu negócio crescer.
Mas é um contato com regras. E o empreendedor deve ficar atento para ver se está disposto a aceitá-las. A mais importante é que, muitas vezes, estes investidores vão comprar uma participação na empresa. A startup curitibana Docway, por exemplo, recebeu no ano passado R$ 5 milhões do Grupo de Garantia. Em troca, cedeu 51% da empresa ao time de investidores.
Mesmo em estágios mais simples, quando o investidor não chega a entrar para o quadro da empresa, há um contrato em que se definem metas e objetivos em comum.
"O empreendedor tem que estar ciente de que muitas vezes ele vai ter um sócio, alguém dentro da empresa que vai gerir junto com ele este negócio", alerta a consultora do Centro Internacional de Inovação do Sistema Fiep, Maisa Luana Silvestrin.
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1.º Saiba em que pé está o seu negócio
Saber em que pé está o seu negócio é fundamental para saber o tipo e o tamanho do investimento que você vai buscar. Basicamente são dois grupos. O de negócios em fase inicial, que já tem um produto, podem ter um rendimento razoável, mas ainda estão acertando a mão no modelo de negócios (startups); e negócios já mais consolidados, que buscam crescer e ganhar escala.
Agora, se você quer um investimento para a sua "ideia de um milhão de dólares", volte cinco casas. Managing partner da Acelera Capital, Augusto Muratori explica que muita gente perde tempo esperando um investidor para tirar sua ideia do papel. É o contrário: primeiro coloque seu produto em prática, depois busque apoio.
2.º Conheça os tipos de investimentos
São quatro as principais formas de obter um investimento. Elas são adequadas a diferentes fases da empresa. Um empreendedor em fase mais avançada no seu negócio pode pleitear mais dinheiro, mas também vai ter compromissos maiores em troca. Conheça:
3Fs: É a fase pré-investidores. Os Fs são a sigla em inglês para "amigos, família e doidos". Você não vai arrecadar muito dinheiro com essas pessoas, é verdade. O que pode ser bom. É uma boa forma de testar se o seu negócio tem potencial de ir para a frente.
Investidores Anjo: é o primeiro passo. São pessoas físicas, em geral empresários de sucesso, dispostos a investir em negócios inovadores que estão em fase inicial. Empresas que já tem um produto ou serviço com potencial, mas que ainda precisam viabilizar o início de suas operações comerciais.. Muitas vezes formam grupos de empresários (as redes de anjos) para canalizar esforços. O investidor anjo não necessariamente vai fazer parte da empresa (até porque startups muitas vezes nem tem divisão com diretoria e conselho bem definidos). No Brasil, o valor investido fica na média dos R$ 150 mil a R$ 200 mil. Dificilmente passa dos R$ 500 mil.
Capital semente: pega uma fase logo após a do Anjo. Os valores investidos são próximos (na casa dos R$ 500 mil). E as empresas que recebem este aporte também estão em fase inicial; a diferença é que já têm uma ação de mercado um pouco mais bem definida, com uma carteira de clientes, e alguma definição um pouco melhor sobre seu modelo de negócios.
Venture capital: é um nível já mais complexo. São fundos de investimento (regulados pela Comissão de Valores Imobiliários) que reúnem o dinheiro de vários investidores para aplicar em empresas com alto potencial de crescimento. Em geral busca, empresas que já faturam bem, mas que têm potencial de crescer muito, de forma muito rápida. Investem entre R$ 2 milhões e R$ 10 milhões, em geral em troca de uma participação na empresa. Ao final do período de investimento, o fundo vende de volta sua participação para a própria empresa ou para outros fundos.
Private equity: são fundos maiores, que olham para grandes empresas, que em geral faturam mais de R$ 100 milhões ao ano. Normalmente buscam empresas que estão em processo de consolidação no mercado, muitas vezes com o objetivo de prepará-las para abrir capital na bolsa ou para fusões e aquisições.
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3.º Tenha uma explicação na ponta da língua
Pitch, pitch e pitch de novo. Pode escrever esta palavras mil vezes no espelho do seu banheiro, se quiser. Ter uma boa apresentação do seu negócio é crucial para tudo, desde angariar novos clientes até convencer investidores. Deve ter no máximo 10 minutos. O Centro de Inovação do Sistema Sesi orienta a fazer em 5. É o tempo que você tem para mostrar que seu produto é bom, e que você tem conhecimento do tema. Vale testar versões ainda menores: de dois, um minuto, 30 segundos. Vai que você tromba com um possível investidor num elevador, ou na fila do bebedouro?
Além do pitch, é bom ter um plano de negócios ou, no mínimo, um sumário executivo bem feito, com uma ou duas folhas com informações sobre o seu negócio. Uma boa ideia é montar um canvas, que é como uma mescla de sumário com apresentação de PowerPoint, em que o negócio é apresentado em nove blocos.
4.º Dê uma olhada no ecossistema à sua volta
Mas como montar um pitch? O que escrever no sumário? Como encontrar redes de anjos? Dê uma olhada no ecossistema à sua volta. Organizações como o Sebrae e os centros de inovação em geral têm serviços em que atendem novos empreendedores e orientam quanto a estas dúvidas.
As redes de anjos e investidores variam conforme o estado e região do país. Muitos fundos são especializados em determinadas áreas, como agronegócio e tecnologia. E é preciso estar inserido no ecossistema do seu negócio para conhecer cada um deles.
Além disso, há processos em incubadoras e aceleradoras que já colocam o empreendedor em contato com futuros investidores. Em geral funcionam com processos de seleção, que também cumprem um papel de aprendizado. A preparação para um processo de seleção pode ser uma boa forma de montar toda aquela apresentação do item anterior.
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5.º Comece com pouco, depois vá crescendo
Há um senso comum de que "com quanto mais dinheiro você começar um negócio, melhor". É mito, segundo o especialista em venture capital Augusto Muratori, da Acelera Capital. Se você precisa de R$ 200 mil, R$ 300 mil para fazer seu negócio deslanchar, talvez esteja fazendo algo de errado. "Não faz sentido levantar tanto dinheiro nesta fase", diz ele.
São dois motivos. Um é que o início é para experimentação, logo o empreendedor deve se permitir errar e logo mudar de ideia, caso seja necessário. Outro é que este "excesso" de dinheiro pode desviar o foco das coisas que são realmente importantes. Quem tem pouco aprende a priorizar gastos logo cedo.
Além disso, a quantia investida deve ser compatível com o tamanho da empresa. Principalmente nos casos em que o investidor compra participação. Se o empreendedor recebe um aporte de R$ 2 milhões, por exemplo, e sua empresa vale R$ 2 milhões, significa que ele está vendendo 80% do negócio. Pode ser melhor esperar, e crescer ao seu tempo.
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