No último domingo (1.º), os medicamentos foram reajustados em 2,43%, em média, segundo a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). É um aumento um pouco abaixo da inflação acumulada em 2017, que chegou a 2,95%.
Embora seja relativamente baixa, a correção serve de alerta para que o consumidor refaça suas estratégias para pesquisar e comprar medicamentos. Afinal, trata-se de uma das áreas de consumo que mais drenam dinheiro dos brasileiros: por ano, são gastos R$ 65 bilhões em medicamentos no país, conforme a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – média de R$ 342 por pessoa.
A máxima de pesquisar o mesmo medicamento em várias redes continua valendo. Segundo levantamento do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade, instituição de ensino e pesquisa da área farmacêutica, o preço cobrado pelo mesmo medicamento pode variar até 81% de loja para loja. O analgésico Novalgina, por exemplo, é comercializado por valores entre R$ 8,70 e R$ 46,50, dependendo da farmácia. Vale também usar apps específicos para esse tipo de compra (veja 6 passos práticos mais abaixo).
Principalmente para quem precisa de medicamentos de uso continuado, os cartões de fidelidade das farmácias e de grandes laboratórios podem abrir caminho para descontos importantes. Os cortes podem chegar a até 70%. Em compras frequentes, representam um alívio considerável ao bolso.
Comprar mais caixas do remédio antes do reajuste é uma boa ideia
Uma recomendação para escapar da alta dos medicamentos é garantir a compra antes do reajuste ou nos primeiros dias de abril, aproveitando os estoques antigos. É que embora data oficial do aumento seja 1.º de abril próximo, os aumentos levam alguns dias até serem repassados pelas redes, período que pode ser de 30 a 40 dias.
Outra alternativa para melhorar a comparação de preços é utilizar a tecnologia: sites e aplicativos gratuitos que pesquisam preços de remédios têm se espalhado e englobado uma boa relação de produtos. O site Melhor Farmácia, por exemplo, traz dados de 60 mil medicamentos, que podem ser pesquisados tanto por nomes comerciais quanto por princípios ativos, em 5 mil farmácias.
“A vantagem é que a pesquisa por esses serviços traz resultados imediatamente”, explica Andrea Rodrigues, diretora executiva do Melhor Farmácia.
6 passos para gastar menos com a compra de remédios
1) Busque sites e aplicativos que facilitem a pesquisa de preços de medicamentos. Em portais como o Clique Farma (bit.ly/cliquefarma) e Melhor Farmácia (bit.ly/melhorfarma), há indicações de farmácias onde o consumidor pode encontrar o preço mais em conta, ou mesmo sugestões de genéricos e similares.
2) Para incentivar a adesão a tratamentos que envolvem medicamentos de uso contínuo, grandes laboratórios desenvolvem planos de fidelidade que oferecem descontos em farmácias conveniadas. As próprias redes de farmácias têm seus programas de pontos, que prometem redução de até 70% em alguns remédios. A dica é acessar os sites das redes e laboratórios e preencher o cadastro para conseguir os descontos.
3) Outra forma de poupar é pedir ao médico que, na receita, seja colocado o princípio ativo do remédio, e não o nome comercial. Levar a receita com o princípio ativo facilita para que farmacêutico ou atendente ofereça opções fabricadas por diversos laboratórios e, consequentemente, com valores variados.
4) Aproveite o programa Farmácia Popular, do Ministério da Saúde, que oferece remédios com preços até 90% mais baixos. Vale destacar que não é necessário comprovar renda ou ter utilizadoo Sistema Único de Saúde (SUS) para recorrer ao programa. Basta ir a uma farmácia credenciada, apresentar a receita médica e um documento com foto. A lista das credenciadas pode ser conferida em bit.ly/credenciafarma
5) Fique atento à lista de remédios gratuitos oferecidos pelo governo. O Ministério da Saúde disponibiliza medicamentos sem custo para diversas doenças nas unidades básicas de saúde (UBS) e muitas prefeituras contam com postos de saúde que usam o mesmo sistema. Nesse caso, também só é necessário apresentar documento e receita médica para retirá-los. Já o programa Saúde Não Tem Preço distribui remédios para asma, hipertensão e diabetes. Para retirar, basta procurar redes credenciadas pela Farmácia Popular.
6) Também informe-se com seu plano de saúde sobre descontos em medicamentos a seus beneficiários. Em parceria com redes de farmácias, os planos de saúde mais populares costumam oferecer descontos atraentes. Vale dar uma pesquisada no site ou entrar em contato com a Central de Atendimento do seu convênio.
Fonte: Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias, associação de consumidores Proteste e portal Melhor Farmácia.