A maioria dos brasileiros já ouviu falar sobre inflação, principalmente os mais velhos, que na década de 1990 viveram a chamada hiperinflação, que chegava a bater mais de 80% ao mês. Inflação, por conceito básico é, percentualmente, o quanto os preços dos produtos e serviços estão subindo.
Para medir e controlar este índice o governo criou o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), que é um reflexo do custo de vida das famílias que ganham entre 1 e 40 salários mínimos no país, com base em itens do dia a dia como, por exemplo, educação, alimentação, saúde, transporte, vestuário e outros. A média de quanto esses preços subiram a cada mês, resulta, portanto, na inflação oficial medida pelo governo.
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Nota-se que, para a maior parte dos brasileiros, o custo de vida tem aumentado, mas ninguém sabe ao certo quanto. É muito comum ouvir frases como “trabalho mais do que meus pais trabalhavam, ganho mais, mas mesmo assim não consigo manter o mesmo nível de vida que eles tinham 30 ou 40 anos atrás” ou que “ vida está muito mais cara hoje em dia”. Isto acontece não porque estamos ganhando menos, mas, porque perdemos o poder de compra de nosso patrimônio sem sentir.
Cada pessoa ou cada família, tem um gasto diferente da outra. Por exemplo, um solteiro tem gastos diferentes de um homem casado e com dois filhos. Por isso, cada um deve olhar para a chamada inflação pessoal, ou seja, quanto o seu custo de vida está subindo e se seu salário está aumentando na mesma proporção – além de observar se seus investimentos não estão desvalorizando.
Em geral, a mensalidade da escola de um filho, o plano de saúde e os gastos com alimentação sofrem um reajuste muito maior do que o da inflação oficial, e são também gastos altos que ocupam boa parte do orçamento familiar.
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Portanto, quase sempre, a nossa inflação será muito maior do que o IPCA. Isso significa que, será necessário um esforço muito maior para colocarmos em prática a Blindagem do Poder de Compra (BPC), que nada mais é do que conseguir comprar, daqui 10 anos, exatamente as mesmas coisas que você compra hoje ou ser possível comprar ainda mais.
Como ainda não existe o costume de planejamento patrimonial de longo prazo no Brasil, o investidor incorre em alguns erros quando analisa seu capital e o compara com a inflação. A maior parte não faz os cálculos considerando o impacto dos aumentos reais que teve em suas despesas mensais e, com isso, perde o poder de compra sem sentir.
Como perceber essa inflação pessoal
Se o seu patrimônio render 1% ao ano (líquido de impostos e taxas) abaixo do que for a variação de sua inflação pessoal, ou seja, quanto suas despesas variaram com bens e serviços, mantendo determinado padrão de vida, isto pode não despertar grandes preocupações a curto prazo, mas, ao final de 40 anos, por exemplo, o impacto será inevitável e relevante.
Imagine que com o seu salário seja possível comprar uma moto de 125 CC e que com o dinheiro que você tem guardado seja possível comrpar um carro 1.0 zero quilômetro. Daqui a dez anos, se você ainda conseguir comprar estes dois itens significará que você protegeu o seu patrimônio contra a inflação.
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Para isso, é preciso aumentar o quanto você ganha todos os meses, o valor que você consegue guardar e, principalmente, rentabilizar da melhor forma possível o seu dinheiro guardado. Esses dois primeiros itens você pode fazer sozinho, mas, o último – rentabilizar o dinheiro guardado com altas expectativas de retorno – provavelmente exigirá alguma ajuda profissional.
Na prática, o papel do planejador patrimonial é o de aumentar o patrimônio de seus clientes da forma mais adequada e segura possível, em ativos de longo prazo e com maior expectativa de retorno. Será ele que o aconselhará sobre o que fazer com o seu patrimônio, desde se é melhor ter uma casa própria ou morar de aluguel, até escolher os melhores fundos de investimento, que, geralmente, não estão nos grandes bancos de varejo.
Uma receita?
Em linhas práticas, se partirmos do pressuposto de que sua inflação pessoal é na média superior a 15% - 20% ao ano, você precisa ter como meta dobrar o seu patrimônio a cada 4 anos.
Se hoje você tem R$ 100 mil guardados, daqui 48 meses você terá que ter próximo de R$ 200 mil. Com isso, você não apenas garante que seu patrimônio não desvalorizou, como também obteve um ganho financeiro considerável.
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