O próximo ano vai trazer uma ótima perspectiva de lucro para quem investe em ações de empresas que costumam remunerar bem seus acionistas. As empresas que fazem parte do Ibovespa devem ter um aumento de 15% no pagamento de dividendos em 2018, em relação a 2017, podendo passar dos R$ 100 bilhões.
A razão para isso é que, na segunda metade do ano, houve uma melhora significativa nos resultados das empresas, consequência da redução da taxa de juros, da recuperação (ainda que tímida) da economia e do aumento de algumas commodities importantes, como o minério de ferro.
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A projeção feita pelas investidoras Guide e Itaú BBA leva em conta o crescimento de 40% dos dividendos este ano (que devem ser pagos até o mês de março), depois de uma queda forte em 2015, que foi de 20%, e de uma também em 2016, de 2%. Porém, ter tido bom desempenho não significa, necessariamente, que as empresas vão reverter esse lucro para os acionistas.
Segundo Luiz Cherman, estrategista de renda variável para o Brasil do Itaú BBA, essa decisão vai ser pautada na necessidade de reinvestimento de lucro em novos projetos da empresa. Portanto, não existe uma linearidade na relação lucro e dividendo. Não necessariamente quem teve mais lucro vai pagar mais. Para as empresas em expansão, a regra tende a ser investir mais nelas mesmas e não em distribuição de dividendos.
Porém, algumas que tiveram um lucro acima do satisfatório, podem, sim, fazer os dois. É o caso da empresa de geração de energia Engie Brasil. “Eles conseguiram um bom desempenho este ano e ainda ganharam um leilão de hidrelétrica. Ela é uma das empresas que tem tudo para investir em si e também pagar dividendos aos acionistas”, diz o consultor de investimento e sócio da Inva Capital, Raphael Cordeiro.
Fique de olho nos setores que mais prometem dividendos
Alguns setores são, historicamente, bons pagadores de dividendos, como o de energia elétrica e bancos, como Itaú e Bradesco. Porém, Cordeiro alerta que eles podem não ser os melhores pagadores de lucros em 2018, ou pelo menos, não ter tanto destaque.
A aposta do estrategista da Guide Investimento Luis Gustavo Pereira é no setor de fidelidade — como a Smiles da Gol, por exemplo — e na empresa petroquímica Braskem. Nos dois casos há uma grande capacidade de geração de caixa com distribuição de dividendos.
Ele também sugere o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB). Embora seja de menor porte, apresenta grande capacidade de distribuição de dividendos, que chega a 75% de lucro líquido sobre capital próprio.
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Também no radar está a Comgás. “Ela teve ativo impressionante este ano com uma boa distribuição de proventos, pagando o total de R$ 9,10 por ação. Por isso é bem capaz de surpreender em 2018 também”, aponta Pereira.
Já as apostas do estrategista do Itaú BBA são os setores de consumo básico, materiais, transporte e logística e energia e saneamento. Dentro deles o destaque vai para as empresas Ambev, Vale, CCR e Sabesp.
“A Ambev é uma das maiores pagadoras de dividendos da bolsa. Já no caso da Vale, esperamos que as melhoras operacionais e um cenário favorável para o minério de ferro sejam refletidos na expansão de lucros e na distribuição deles para os acionistas”, comenta Cherman.
Para os conservadores, diversificação
Para o investidor mais conservador, o ideal é ter uma carteira de dividendos diversificada, não só entre diferentes setores, mas com várias empresas de um mesmo setor. Assim, é importante não concentrar apenas em um dos setores apontados pelos estrategistas, mas apostar na diversidade para garantir o recebimento de dividendos pelo menos em algum dos setores.
Também vale para os menos ousados fazer aplicações periódicas, pois ao longo do tempo o investidor terá comprado ações por um preço médio razoável, minimizando os riscos que decorrem de um único grande investimento.
Raphael Cordeiro explica que quando o setor de energia estava em alta, muita gente investiu apenas nele. Depois, porém, quando entrou em queda quem fez isso não teve sucesso.
“Lembrando que ao olhar uma empresa para investir, é bom fazer isso de forma geral, pensando no seu potencial de gerar lucro e não apenas no pagamento dele, pois ela pode, por exemplo, pagar dividendos em um ano sim e no outro não, mas estar indo muito bem e esse potencial se refletir lá no futuro”, recomenda.
Alguns pontos são, portanto, fundamentais na hora de compor uma carteira de dividendos: previsibilidade de geração de caixa, alto índice de pay-out (dividendos por lucro líquido) e boa governança corporativa. Essa estratégia tem tudo para render bons retornos em 2018.
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