Empresas devem se planejar antecipadamente, caso optem por liberar os funcionários| Foto: Albari Rosa Gazeta do Povo

Os dias de jogos do Brasil, na Copa da Mundo da Rússia, não serão feriados. Mas há uma opção para as empresas que quiserem liberar o expediente nestas datas sem precisar descontar as horas não trabalhadas da folha de pagamento dos funcionários.

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As empresas podem liberar seus funcionários para assistirem aos jogos do Brasil mediante compensação de horas. Se as horas forem "pagas" no mesmo mês, o acordo pode ser "tácito e individual", ou seja, não há sequer necessidade de um documento por escrito para oficializar a questão. 

Na primeira fase da Copa do Mundo, dois jogos do Brasil ocorrem em horários tradicionais de expediente. O segundo jogo (dia 22 de junho) será às 9h de uma sexta-feira; e o terceiro (dia 27) às 15 horas de uma quarta-feira. 

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Caso a seleção brasileira siga em frente, é possível que outros dois ou três jogos (a depender da classificação na tabela) também ocorram em horário comercial. 

Ao portal do Ministério do Trabalho, a coordenadora de Fiscalização do órgão, Erika Medina Stancioli, explicou que há três modelos de compensação previstos no parágrafo 6.º do artigo 59 da CLT: 

Compensação no mesmo mês da folga: acordo pode ser tácito e individual, sem necessidade de documento escrito ou de validação do sindicato. 

Compensação em até seis meses: o acordo deve ser feito por escrito. 

Compensação  entre seis meses e um ano: o acordo precisa passar pelo sindicato de trabalhadores da categoria. 

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A lei também prevê que as horas não podem ser descontadas do salário dos funcionários, em caso de acordo. Mas, caso o funcionário falte deliberadamente para assistir aos jogos (sem negociação), os dias podem ser descontados. 

Cuidados a serem tomados 

Além de compensar as horas de acordo com o previsto na lei, há alguns cuidados que as empresas devem ter na hora de dispensar seus funcionários para os jogos da Copa do Mundo. O consultor de RH Celso Bazzola, da BAZZ Estratégia e Operação de RH, elencou algumas dicas: 

Planejamento: A empresa deve se planejar ("dentro de seus princípios e valores") para oferecer alternativas para os funcionários assistirem aos jogos do Brasil. "Caso contrário poderá sofrer com a desmotivação, desgaste da imagem, faltas e absenteísmo". 

Produtividade: É preciso levar em conta que a produtividade das equipes pode ser afetada negativamente em dias de jogos. 

Prazos: as equipes devem se planejar antecipadamente, levando os dias de jogos em consideração, e readequando prazos de entrega e reuniões, caso necessário. 

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Liberar ou integrar: além da opção de liberar as equipes nos dias ou turnos de jogos do Brasil, Bazzola destaca que é possível criar opções dentro do próprio ambiente corporativo para ver o jogo. "Explorando o momento para integrar equipes". 

Estrutura: caso se opte por exibir os jogos dentro da própria empresa, é preciso fazer um planejamento prévio de estrutura. Pensar em disponibilizar uma TV de boa qualidade e bom aparelho de som, além de um ambiente descontraído para que as pessoas fiquem à vontade. 

Modelo de compensação: o ideal é estabelecer a compensação com antecedência, para que as horas a mais sejam "pagas" antes mesmo dos dias de jogos. "Caso contrário, imagine a desmotivação se o Brasil não avançar em seus objetivos e o funcionário ainda ter que trabalhar até mais tarde". 

Além disso, caso a compensação seja no mesmo dia do jogo, após o expediente, é preciso levar em conta que "sempre terão torcedores que podem ingerir bebidas como aquela cervejinha, coisa que não combina com o trabalho".

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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