Dados da CNI divulgados nesta terça-feira (3) apontam que o emprego no setor ficou estável em agosto.| Foto: Fernando Dias / Positivo Informática

O emprego na indústria está reagindo e, no começo do ano que vem, alguns setores devem voltar a gerar novas contratações, apesar de ainda ser demorada e instável a retomada neste ano. Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgados nesta terça-feira (3) apontam que o emprego no setor ficou estável em agosto na comparação com julho, indo contra a expectativa de criação de vagas geralmente verificada nos meses de agosto. Ainda assim, os setores de vestuário, químicos, plásticos e informática sinalizam uma retomada a partir de 2018.

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Na análise do economista da CNI, Marcelo Azevedo, apesar do nível de emprego no setor ter ficado estável em agosto na comparação com julho, os indicadores da indústria estão melhorando, com melhor aproveitamento da capacidade industrial e desova de estoques, que deve se traduzir em mais empregos no começo do ano. 

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“Geralmente, por volta de agosto, há algum crescimento nos empregos do setor com preparação para o final do ano, apesar de isso ser mais evidente no Comércio. Neste ano, temos estabilidade na geração de empregos, o que é favorável, pois o nível de emprego não está mais caindo. A expectativa é de manutenção do emprego nos próximos meses e crescimento em alguns setores”, afirmou o economista. 

A estabilidade é comemorada, pois o emprego no setor industrial registrou grande recuo nos últimos anos e está em nível similar ao registrado em 2004, comparando dados de agosto.  Na comparação com agosto de 2016, o emprego retrocedeu 2,6% em agosto deste ano. Ao se comparar o acumulado no ano até agosto de 2017 com igual período em 2016, o emprego diminui 3,6%.

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Além dos setores de vestuário, químicos, plásticos e informática, que já apontam aquecimento da atividade e mais contratações, a CNI destaca que pode-se começar a ver uma retomada da atividade industrial de forma generalizada, no começo do ano que vem. 

“Já vemos um otimismo. Pode começar a retomar no começo do ano que vem e se disseminar pela indústria de transformação. Os números mostram a retomada, com alguns soluços e um pouco de perda de ritmo, mas devemos retomar”, avalia Azevedo. 

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Os dados constam na pesquisa Indicadores Industriais, da CNI. A recuperação do setor, que estava mais forte em julho, perdeu um pouco de força em agosto, com queda do faturamento industrial. As horas trabalhadas e massa salarial mostraram pequena variação positiva.

Além disso, o rendimento real (os salários pagos na indústria) também voltou a crescer, e o uso da capacidade de produção das indústrias aumentou pelo segundo mês consecutivo.