| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Crescimento da tensão em torno da disputa ecônomica entre Estados Unidos e China e as incertezas em torno do cenário político local levaram o dólar comercial a bater os R$ 3,421 nesta segunda-feira (9). É a primeira vez que a moeda norte-americana chega esse patamar desde dezembro de 2016. O dólar à vista, que fecha mais cedo, avançou 1,24%, para R$ 3,408.

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O movimento da moeda americana não foi freado nem pela volta da atuação do Banco Central no mercado cambial, com leilão de swaps cambiais tradicionais. Além da disputa comercial entre China e EUA, internamente, o mercado se mostra receoso em relação ao cenário eleitoral de outubro.

Apesar de a bolsa e o mercado como um todo terem respondido bem à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda há preocupação sobre que influências ele terá nas eleições, mesmo se não for candidato. Os investidores também receberam mal a notícia de que o ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio pretende levar a votação do plenário, composto pelos 11 ministros da corte, um pedido de liminar que visa suspender prisões de condenados em segunda instância – que livraria Lula. A sessão foi marcada para esta quarta-feira (11).

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"O mercado atribui o fator de incerteza relacionada ao judiciário, porque vislumbra a possibilidade de uma reversão da prisão do Lula", diz Carlos Soares, analista-chefe da Magliano Invest. "Por outro lado, avaliam os nomes que vão ganhar força e a capacidade de esses nomes terem condições de tocar as reformas e equalizar as finanças públicas", complementa.

A grande preocupação do mercado, continua, é com a eleição de um governo que dê encaminhamento ao déficit público.

O troca-troca de ministros e dirigentes de empresas estatais, além do troca-troca dos políticos de partidos com vistas à disputa eleitoral, também deixam o mercado apreensivo. 

Também nesta segunda-feira (9), a bolsa brasileira caiu 1,78%, mesmo com a alta de 18% das ações da Marfrig, que anunciou a compra da National Beef por R$ 3 bilhões, tornando-se a 2.ª maior empresa de carne do mundo.

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