Como tornar-se um empreendedor? Embora a crise tenha feito muita gente pensar nisso, é preciso mais do que vontade ou necessidade para seguir esse caminho.| Foto: Pixabay

Abrir o próprio negócio tornou-se aspiração de muitos brasileiros que acompanham as notícias de alta no desemprego e de aperto na renda. Mas, claro, só vontade não basta. Além de uma boa ideia e capital para investir, algumas habilidades são essenciais para uma jovem empresa decolar. É a famosa “veia empreendedora”, entoada aos sete ventos por consultores de empresas como pré-requisito para quem pensa em tocar um negócio próprio.

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Veja algumas habilidades essenciais para ser um bom empreendedor

“É preciso fazer uma autoavaliação e perceber qual o objetivo de ter o novo negócio”, explica a gerente de Relacionamento com Clientes do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RS), Viviane Ferran. 

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“Se a conclusão é a de que ter uma empresa é realmente seu sonho, ótimo. Este é o caminho. Agora será a vez de (o interessado) avaliar se tem as competências necessárias para empreender.”

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Algumas exigências são específicas de cada área – como gostar de lidar com gente, em caso de pontos comerciais, ou ter gosto por cozinhar, para abrir um restaurante –, mas outros requisitos são universais para se atuar em qualquer segmento, como capacidade de liderança, habilidade em organizar um projeto e jogo de cintura para saber negociar.

“A boa notícia é que é possível treinar e desenvolver competências. Há cursos, programas de treinamento e formas de criar redes de relacionamento para novos empreendedores desenvolverem habilidades”, diz Mônica Ramos, diretora da Regional Sul da empresa de recursos humanos Lee Hecht Harrison (LHH).

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Primos que tinham fome de empreendedorismo

Apaixonados por culinária, os primos Leonardo Presta, 32 anos, e Anderson Feltrin, 29, decidiram apostar em uma sociedade para criar uma empresa de comida congelada saudável. Ambos haviam feito cursos de culinária, mas nunca tinham iniciado um negócio na área.

“Pensamos estar prontos para começar, mas, depois de iniciarmos um plano de negócios, vimos que ainda estávamos bem perdidos”, explica Anderson.

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Por seis meses, eles adiaram a abertura da empresa para fazer cursos no Sebrae. Um dos mais proveitosos foi o de Pesquisa de Mercado, no qual experimentaram produtos de concorrentes para conhecer os pontos fortes e fracos. Então, elaboraram uma proposta própria, com pratos coloridos e bem temperados. Hoje, a empresa vende cem refeições por dia, o dobro de quando iniciaram, em 2015.

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“Tínhamos o conhecimento técnico, mas entender o funcionamento do negócio de alimentos foi a chave para o sucesso”, afirma Leonardo.

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Antecipar oportunidades

Monitorar o mercado, o comportamento do consumidor, as oportunidades em alta, os negócios em crise e o impacto da tecnologia em um setor são importantes para evitar riscos e descobrir onde estão os nichos mais rentáveis. Isso é fundamental mesmo para quem sonha com uma franquia, pois ajudará a identificar empresas e setores com maior chance de dar lucro.

Como treinar: aproveitando a enorme quantidade de informações disponíveis na internet e os cursos oferecidos por entidades como o Sebrae.

Sugestão de curso: Mudança, Inovação e Mercado, 12 horas/aula, na ESPM-Sul. Começa em 25 de julho e custa R$ 598. Confira em bit.ly/ESPM-MIM.

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Estar conectado à área escolhida

É vital estar por dentro do setor, tanto nos movimentos de mercado e nos seus concorrentes como em relação às peculiaridades de gerir uma empresa. Não se trata de dominar o assunto, mas de evitar cair em um segmento desconhecido, escapando dos riscos óbvios e reduzindo o tempo para fazer o negócio decolar.

Como treinar: algumas pessoas fazem estágio em empresas do setor, abrindo mão de salários altos, mas iniciando uma imersão no negócio. Há outros caminhos: conversar com empreendedores do segmento. Interlocutores valiosos são donos de franquias, que tocam negócios que já deram certo.

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Sugestão de evento: ABF Franchising Expo, com exposição das principais franquias do Brasil, em São Paulo, entre os dias 21 e 24 de junho. Os ingressos custam R$ 60. Mais informações podem ser obtidas em bit.ly/ABFExpo.

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Ter capacidade de liderar

Para um negócio funcionar, é preciso ter em torno uma equipe que siga orientações e confie na liderança. Na formação do time, é importante perceber quem são os funcionários confiáveis e dispostos a produzir. No trato diário, é fundamental saber delegar tarefas, orientar, criar empatia com a equipe e dar a todos o senso de prioridade que você espera de seu negócio.

Como treinar: nem todo mundo teve experiências de gerência ou gestão. Consultores de carreira recomendam procurar antigos colegas de trabalho com quem já se tenha atuado em equipe e pedir que listem seus pontos fortes e fracos. Também recomenda-se procurar mentores para ajudar a desenvolver esta competência: eles costumam acompanhar o desenvolvimento de clientes e traçar um passo a passo para melhorar sua capacidade de se relacionar e liderar.

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Ser capaz de organizar e controlar processos

Há quem diga que o tamanho de uma empresa está diretamente ligado à capacidade de gestão de seu dono. Do imposto a ser pago à formação de estoques, passando pelo controle de contratos com fornecedores, saber organizar e controlar processos e rotinas é um dos pilares mais importantes do empreendedor.

Como treinar: é uma das habilidades com maior oferta de cursos de capacitação. MBAs, programas de extensão e cursos de curto prazo oferecem noções amplas de gestão ou treinamento em pontos mais específicos, como controle de folha de pagamento, estoques, planejamento de riscos etc.

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Sugestão de oficina: Sei Administrar (a distância), do Portal do Sebrae, com oito horas/aula e gratuito. Informações em bit.ly/Sebrae-SA.

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Saber negociar

Não é apenas vender um produto: ter uma empresa é negociar diariamente com fornecedores, empregados, credores, proprietários do espaço alugado e, claro, os clientes – sempre em busca de promoções e solicitando descontos. Ter flexibilidade e assertividade nessa negociação, chegando a um número bom para ambos, é o segredo do bom negociador.

Como treinar: o primeiro passo é conhecer os custos de seu produto ou serviço e qual a sua margem de lucro – isso o municiará com parâmetros para saber até onde pode ceder e o que deve exigir em uma negociação. A busca por informações também deve se estender a conhecer os custos dos fornecedores, optando pelos mais baratos, e o valor médio de aluguel de imóveis similares, para aumentar o poder de barganha.

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Sugestão de curso: o Sebrae oferece Formação de Preço de Venda. Veja em bit.ly/CursoSebrae.