Aos 22 anos, o curitibano Bruno Alano faz parte de um projeto internacional que movimenta US$ 250 milhões. Ele e outros jovens de vários países cuidam do desenvolvimento de uma criptomoeda, a ECC, que está no mercado desde 2014 e conseguiu, em apenas um dia, o recorde de US$ 100 milhões.
Pesquisador na área de inteligência artificial, o jovem também faz parte de um grupo de estudos do Google sobre o assunto e resolveu investir em moeda digital por acreditar que esta é a tendência das transações financeiras para o futuro.
“Estamos passando por uma mudança forte, como se fosse uma espécie de reinvenção da internet. A estrutura das moedas vão mudar e foi por isso que eu entrei no projeto, porque quero fazer parte dessa grande revolução que trará rendimentos promissores nos próximos anos”, conta.
O projeto da ECC começou há 4 anos, coordenado por outras pessoas. Porém, os desenvolvedores iniciais desistiram até que um outro, com o pseudônimo de Greg, resolveu estudar o assunto e retomou a ideia. Foi aí que Bruno resolveu participar. Passou a pesquisar também, ficou interessado em moedas digitais e entrou para o grupo no final de 2017.
A criptomoeda funciona com uma estrutura descentralizada, ou seja, não existe um dono, mas várias pessoas que cuidam dela, um grupo fixo que direciona o projeto e dita o caminho que ela vai seguir.
Se alguém da equipe não concordar, por exemplo, pode sair e criar uma nova moeda. “Eu comecei a conversar com a equipe da ECC e houve uma grande sinergia com a ideia. Então entrei como desenvolvedor e agora dou continuidade a ela”, explica.
Bruno aprendeu a programar com 8 anos de idade
Mas a habilidade em perceber tendências na área de tecnologia começou cedo. Com apenas 8 anos Bruno passou a programar, inspirado em um tio que fazia curso técnico. Observava o trabalho e depois buscava sozinho nos livros explicações para o que queria saber.
Quatro anos depois, com 12, o jovem criou um projeto, junto com um amigo, que o levou para fora do país. A ideia era fazer engenharia reversa, ou seja, decodificar um jogo online pago para conseguir uma versão gratuita para que mais pessoas pudessem ter acesso.
Foram dois anos estudando e programando sem parar até conseguir. Deu tão certo que foi convidado pelo governo finlandês para conhecer o país e aprender sobre inteligência artificial. Foi aí que tomou gosto pelo assunto e resolveu focar seus estudos na área.
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Mas não foi tão simples assim. Entender inteligência artificial requeria alguns conhecimentos avançados para a idade dele, como álgebra linear, cálculo e probabilidade. Quando voltou ao Brasil, resolveu então fazer um curso técnico na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) para formalizar seus conhecimentos. Em pouco tempo recebeu um novo convite para ir para fora do país.
Desta vez foi selecionado para ir a Nova York pela fundação americana OpenAI, do magnata Elon Musk, como um dos 100 melhores pesquisadores do mundo na área de inteligência artificial.
Bruno ficou nos Estados Unidos por três meses integrando uma comissão que definia o futuro da inteligência artificial no mundo. Com uma bagagem boa no assunto, em 2017 foi chamado pelo Google para fazer o mesmo tipo de estudo. “O que fazemos lá é nos reunirmos para definir qual será o foco da pesquisa no assunto durante cada ano”, diz.
Bruno também montou startup para democratizar inteligência artificial
Mas o jovem desenvolver não dedica seu tempo apenas a estudar inteligência artificial. Junto com dois amigos e com o financiamento de um fundo de capital paulista, ele montou uma startup em São Paulo, a Neurologic, que atua na área, projetando soluções para empresas para que elas possam entender melhor o comportamento do consumidor.
O objetivo é criar tecnologia para que pequenos e médios negócios possam agregar muitos dados e a partir deles definir um padrão de consumo.
“Estamos reajustando o modelo ainda, porque um produto de alta tecnologia como o nosso é custoso, em tempo e dinheiro, e o objetivo da Neurologic é atingir os pequenos empresários, para que eles melhorem seus negócios. Queremos democratizar a inteligência artificial”, explica.