O BNDES anunciou a criação de um fundo de R$ 100 milhões para investir em startups. O banco vai fazer uma parceria com o mercado na captação do dinheiro e também na gestão do fundo. Vão poder se candidatar startups com faturamento anual de até R$ 1 milhão, e empresas com viés inovador com faturamento máximo de R$ 16 mi.
O fundo terá um patrimônio estimado em R$ 100 milhões. Mas ele só será formalmente constituído quando a captação junto ao mercado chegar a R$ 60 mi. O banco vai entrar com os R$ 40 milhões restantes, por meio do BNDESPAR, seu braço de participações societárias. O banco estatal fará a administração do fundo, mas está com inscrições abertas (até 12 de janeiro de 2018) para interessados em fazer a gestão.
Poderão receber dinheiro do fundo “empresas inovadoras e com alto potencial de crescimento”. O edital de chamamento também determina que as corporações devem ser, preferencialmente, das áreas de agronegócio, biotecnologia, cidades inteligentes, economia criativa, nanotecnologia, novos materiais, saúde e tecnologias da informação e comunicação.
As startups inovadoras selecionadas devem ter faturamento anual de até R$ 1 milhão. Os investimentos inicias serão de até R$ 500 mil, obrigatoriamente em parceria com investidores-anjo ou aceleradoras, na mesma proporção.
Além disso, o fundo poderá investir em “pequenas empresas inovadoras”, com faturamento de até R$ 16 milhões. A mesma empresa poderá receber investimentos em ambos os estágios.
Além disso, as startups que se destacarem na primeira rodada poderão concorrera a um novo investimento, de até R$ 5 milhões (valores anteriormente aportados serão contabilizados neste limite).
O fundo terá duração de 10 anos, sendo que os cinco primeiros são referentes ao período de investimentos.
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Mercado viu com bons olhos
O lançamento de um “fundo de coinvestimento anjo” pelo BNDES foi visto com bons olhos pelo mercado. Isto há a sinalização de uma “maior flexibilidade” para investimentos neste projeto em relação a fomentos anteriores, em que a influência do banco nos comitês de gestão era muito forte, explica o Head da Kick Ventures, Rodrigo Quinalha.
“Sem dúvidas se o BNDES se adaptar a esta nova realidade de gestão, que é muito mais moderna, poderia ser uma boa abordagem. Uma coparceria para que este capital seja direcionado por , parceiros que tenham uma visão diferente ou complemtar à do banco”, opina Quinalha.
Mas uma série de dúvidas sobre o funcionamento do fundo ainda pairam sobre o mercado, mesmo após a publicação do edital. A principal delas é relativa aos critérios de investimento, até que ponto a escolha das empresas que vão receber capital deve seguir as diretrizes do BNDES, explica Quinalha. A Kick Ventures, que trabalha somente com capital privado, não tem planos de concorrer à gestão do fundo.
Quinalha também elogiou a separação entre startups e pequenas empresas. “Talvez eles queiram incluir uma empresa tradicional, que não seja escalável, não vá ter um crescimento exponencial”, mas que trabalha com algum tipo de inovação, neste segundo grupo, de até R$ 16 milhões.
O limite menor para startups (R$ 1 mi) deve levar em conta a rapidez com que o dinheiro pode se multiplicar, nestas empresas. Um modelo de negócios escalável pode multiplicar este milhão em várias vezes, num intervalo de poucos anos.