De funcionários a milionários: cinco histórias de quem mudou de vida

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Leia sonhava em ser professora. Fez faculdade de matemática, mas construiu carreira mesmo em cursinhos de inglês. Hoje a escola de idiomas que ela própria criou já fatura R$ 70 milhões anuais. Já Everson teve uma carreira mais meteórica. Apenas três anos como bancário foram suficientes para ele perceber que sua paixão, na verdade, era o empreendedorismo. Aos 31 anos, já criou duas redes milionárias (do zero). Eles eram funcionários. Hoje são milionários.

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Selecionamos cinco histórias de empreendedores que começaram do zero, só com o dinheiro do salário e algumas boas ideias na cabeça. Dá uma olhada:

Leiza Oliveira – Minds Idiomas 

Aos 16 anos, Leiza Oliveira criou uma fabriqueta de lingeries nos fundos de casa, com o refugo da produção de sua mãe, que era costureira. Na época, Leiza cursava o magistério. Seu sonho era virar professora. E ela virou, mas não foi trabalhar em escola. 

Leiza começou sua carreira em uma escola de idiomas, e acabou descobrindo sua paixão pela área comercial. Ela cursava Matemática na Universidade Estadual de Maringá (UEM), no interior do Paraná, e, nas horas vagas, trabalhava para expandir o cursinho. 

Ela chegou a virar sócia da escola, que acabou falindo mais tarde. Foi quando começou sua peregrinação por escolas de idiomas. Trabalhou no comercial, expansão, administrativo. Fez um pouco de tudo, até surgir a chance de comprar sua própria franquia. 

Em 2007, resolveu abrir uma rede nova. Surgiu a Minds, com a primeira unidade em Porto Alegre. Com salas enxutas, de até seis alunos, e valor abaixo da média de mercado, a rede cresceu. Hoje são 72 unidades, em todas as regiões brasileiras. Aos 42 anos, a empresária comanda uma rede com faturamento de R$ 70 milhões anuais. 

Wilson Justino – Cebrac 

Ele perdeu tudo três vezes. Na primeira delas, foi assaltado. Bandidos levaram R$ 1 milhão em joias da fabriqueta que o jovem Wilson Justino, então com 18 anos, mantinha em São Paulo. Para se recuperar, Justino foi trabalhar de "faz-tudo". Até parar em uma loja de informática. 

Ele era vendedor de cursos, e pediu ao chefe para abrir uma filial da empresa, no interior de Minas Gerais. As coisas iam bem, mas ele perdeu tudo novamente, e ainda uma terceira vez, por conta de políticas econômicas do governo. Foi em 1995 que Justino criou o Cebrac, onde uniu a informática aos cursos profissionalizantes, antecipando uma tendência. 

Hoje, o Cebrac conta com mais de 100 unidades no país todo. A sede da empresa, em Londrina, no Paraná, fica em um prédio de oito andares, e conta com mais de 150 funcionários. O faturamento chega à casa de R$ 190 milhões.

João Mattos – Prata Fina 

João Mattos passou a vida inteira cuidando do dinheiro dos outros, como funcionário de um grande banco. Tinha 51 anos quando saiu do emprego e resolveu abrir uma lojinha de rua. Num espaço de 13 metros quadrados, no Centro de Curitiba, abriu a Prata Fina. 

Ninguém vendia joias de prata, até então. Foi um sucesso. O preço módico das peças em relação às joias de ouro, e a popularização da aliança "de compromisso", no Dia dos Namorados, liderou a expansão da Prata Fina, que conta, hoje, com 65 lojas na região Sul e no interior de São Paulo. João Mattos não revela o faturamento, mas conta que vende 1,2 milhão de peças anuais. 

Carla Sarni – Sorrident's 

Carla Sarni vendeu até água para pagara faculdade de Odontologia. Quando se formou, em 1999, abriu uma clínica na periferia de São Paulo. Por ali, cuidar da saúde bucal era novidade para muita gente, e a cirurgiã começou praticando preços módicos. Descobriu um público fiel. 

A Sorrident's cresceu cobrando pouco e conquistando as classes C, D e E. Público que, até então, levava quatro anos entre uma visita ao dentista e outra. Em 2007, a empresa começou a expandir pelo modelo de franquias. 

Hoje, são mais de 175 unidades da Sorrident's, em 16 estados brasileiros. O faturamento da empresa, em 2016, chegou a R$ 220 milhões. Mesmo durante a crise, a empresa cresceu. No ano passado, chegou perto dos 10% de crescimento. A clínica número um, na periferia paulista, segue aberta. 

Everson Ceschin – Dr. Freeze 

Everson Ceschin começou sua carreira no banco. Trabalhou por três anos no mundo das finanças, mas tinha gosto mesmo pelo empreendedorismo. Criou a Paleteca, em 2013, depois de uma viagem para Cancun. As "paletas mexicanas" viraram febre. 

Antes dos 30, Everson se viu comandando uma rede de lojas com faturamento de R$ 30 milhões. A moda das paletas esfriou, mas o empreendedor não ficou na mão. Além das vendas, ele tinha investido em toda uma infraestrutura de fábricas e panificação, que hoje abastece varejistas da região de Curitiba com doces e panificação. 

Em paralelo, Everson investiu sua vocação para vendas em uma nova empreitada. Criou, em 2015, a Dr. Freeze, especializada em sorvetes de nitrogênio. A empresa logo abraçou as taças doces, e se especializou em sobremesas de todo tipo. Em 2016, a Freeze chegou aos R$ 6 milhões. E segue crescendo. Este ano, a empresa abriu sua primeira unidade nos Estados Unidos.