O setor de franchising criou quase 1,2 milhão de vagas de emprego, no primeiro trimestre deste ano. O setor cresceu também em faturamento, chegando à marca dos R$ 38,762 bilhões. Hotelaria e turismo e serviços são os setores que mais cresceram, nos três primeiros meses do ano. Os dados são da Associação Brasileira de Franchising (ABF).
A criação de vagas foi puxada pelo crescimento do setor, que mostra sinais de recuperação. O faturamento do franchising chegou a R$ 38 bilhões, entre janeiro e março — crescimento de 5,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
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O setor que mais se destacou foi o de hotelaria e turismo (com faturamento 14,9% maior do que no primeiro trimestre do ano passado). A presença de estrangeiros no Brasil e de brasileiros no exterior fez mover a engrenagem destas redes. Além disso, o forte investimento em e-commerce foi um destaque deste setor.
O e-commerce, aliás, é uma presença cada vez mais forte entre as redes de franquias. Quase a metade (42,3%) usam as lojas virtuais como uma canal de vendas, normalmente em parceria com os franqueados, que acavam sendo responsáveis por disponibilizar os produtos vendidos no ambiente virtual.
Um exemplo é o Boticário que, recentemente, instalou um serviço de "shopbot" em que um "robozinho" vende um produto e o usuário faz a retirada diretamente na loja. Sem necessidade do estoque da própria rede entrar na jogada.
Altino destacou, ainda, uma característica do setor de franchising: "são todos empregos formais". Nos três primeiros meses do ano, o setor criou 1.199.861 de vagas diretas. Considerando os empregos indiretos, a estimativa é de que as franquias foram responsáveis pela abertura de quase 5 milhões de novos postos de trabalho, neste período.
"Consideramos este desempenho positivo, pois foi registrado em um período de inflação muito baixa, ao contrário do primeiro trimestre de 2017", avalia o presidente da ABF, Altino Cristofoletti Junior, sobre o crescimento do franchising no primeiro trimestre.
A ABF pondera que alguns indicadores macroecônomicos abalaram o quadro, neste período. O desemprego na casa dos 13 milhões, o PIB crescendo abaixo do esperado e a baixa produção da indústria são alguns exemplos. Houve retração de demanda também em vários segmentos do varejo, setor que tem participação importante no franchising.
Novos locais de atuação
A ideia de franquia como sinônimo de fast food em shopping e varejo em loja de rua vai ficando no passado. Cada vez mais o setor de franchising diversifica sua operação, e isto inclui não só novos setores, como a abertura de unidades em ambientes não tradicionais.
Um exemplo são os terminais de ônibus, que já representam 0,9% das 144.527 unidades de franquias que existem no país. É mais do que o registro no primeiro trimestre do ano passado.
As lojas que ficam dentro de supermercados também aumentaram sua fatia. Enquanto a participação de shoppings e lojas de rua diminuiu.
Os setores que adotam o franchising como um modelo de expansão também vão ficando mais variados. Prova disso é que "hotelaria e turismo" foi o que mais cresceu, em faturamento, no primeiro trimestre deste ano. Mantendo o cresce no mesmo ritmo acelerado registrado em 2017.
O segmento de entretenimento e lazer, alavancado por brinquedos e games, também se destacou. Foi o terceiro melhor desempenho, com alta de 7,8% no trimestre. A diminuição no endividamento das famílias também ajudou.
Em faturamento, o segmento de alimentação ainda é o grande líder, e responde por quase um terço de todo o dinheiro que entra no franchising, com R$ 10,59 bilhões no primeiro trimestre. Todos os segmentos da pesquisa da ABF registraram alta em faturamento. Dois deles (o de serviços automotivos; e o de saúde, beleza e bem estar) tiveram queda no número de unidades.
Confira o crescimento no setor de franchising, no 1.º trimestre, por setor:
1.º - Hotelaria e Turismo
Faturamento: + 14,9%
Unidades: + 4,9%
Faturamento total: R$ 2,970 bilhões
2.º - Serviços e Outros Negócios
Faturamento: + 9,3%
Unidades: + 1,7%
Faturamento total: R$ 5,7 bilhões
3.º - Entretenimento e Lazer
Faturamento: + 7,8%
Unidades: + 4,6%
Faturamento total: R$ 576
4.º - Alimentação
Faturamento: + 6,6%
Unidades: + 0,8%
Faturamento total: R$ 10,59 bilhões
5.º - Limpeza e Conservação
Faturamento: + 6,6%
Unidades: + 3,2%
Faturamento total: R$ 307 milhões
6.º - Serviços automotivos
Faturamento: + 3,8%
Unidades: - 1%
Faturamento total: R$ 1,369 bilhões
7.º - Casa e Construção
Faturamento: + 2,2%
Unidades: + 2,1%
Faturamento total: R$ 1,976 bilhão
8.º - Moda
Faturamento: + 1,8%
Unidades: + 1%
Faturamento total: R$ 4,418 bilhões
9.º - Saúde, Beleza e Bem Estar
Faturamento: + 1,5%
Unidades: - 0,5%
Faturamento total: R$ 7,019 bilhões
10.º - Serviços educacionais
Faturamento: + 0,3%
Unidades: + 1,5%
Faturamento total: R$ 2,626 bilhões
11.º - Comunicação, Informática e Eletrônicos
Faturamento: + 0,1%
Unidades: + 3,5%
Faturamento total: R$ 1,209 bilhão