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“Prato feito” de comida natural vira negócio em alta no mercado pet

Heloisa Machado, da Pet Gourmet Natural, faz comida natural congelada para pets e agora também está entrando no mercado de petiscos. Tudo é feito na cozinha que ela montou pra isso, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba. | Daniel Caron
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Heloisa Machado, da Pet Gourmet Natural, faz comida natural congelada para pets e agora também está entrando no mercado de petiscos. Tudo é feito na cozinha que ela montou pra isso, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba. (Foto: Daniel Caron Gazeta do Povo)

Os negócios de alimentação natural e saudável para cães e gatos são a nova aposta dos micro e pequenos empresários que desejam começar um negócio. Segundo o Sebrae, de todos os interessados em investir no mercado pet, cerca de 40% buscam consultoria para o setor de preparo de comida para animais.

Além de ser uma tendência, muito relacionada com a ideia de consumo sustentável, o negócio reflete um comportamento que vem crescendo entre os donos de animais: tratar os bichos como membros da família e, por consequência, investir mais na sua saúde e alimentação.

Os últimos dados do setor, de 2016, mostram que o varejo e os serviços pets têm um faturamento médio anual de R$ 18,9 bilhões. Só a venda de comida para animais representa mais de 60% desse valor, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet).

Cada família brasileira que tem um bichinho costuma gastar em média R$ 179 por mês com eles. Dentro desses gastos, a maior parte é com comida e serviços, e estes hoje tendem a incluir também preparação de marmitas para animais.

“Se o animal faz parte da família, o dono também quer um consumo consciente para ele, com uma alimentação com menos sal, açúcar e mais ingredientes orgânicos, sem conservantes e corantes. É uma mudança de atitude das pessoas que serve para elas e para seus animais”, diz a consultora do Sebrae Márcia Giubertoni.

Comida para pet comprada on-line ou na food bike 

Foi por acreditar nessa ideia de alimentação saudável como forma de consumo consciente e uma maneira de aumentar a qualidade de vida do seu cãozinho, que a empresária Thaísa Sales resolveu apostar no negócio para pets. O projeto da Cãolinarista nasceu em 2015, enquanto morava em Buenos Aires e estudava sobre alimentação para animais.

“Sempre questionei o que a gente come e fazia o mesmo com a alimentação da minha cachorrinha, a Frida. Achei um mercado de ração natural para cães mas ainda não estava contente. Foi aí que comecei a testar receitas por conta própria e a estudar esse mercado”, conta.

A Cãolinarista começou vendendo biscoitos naturais em uma food bike, principalmente em eventos, com investimento inicial de R$ 20 mil. Pouco tempo depois, percebeu a necessidade dos donos de pets que se interessavam pela comida natural de ter alguém para prepará-la, já que isso requer um certo tempo.

Hoje, além de fazer os biscoitos e vender pelo site e na food bike em eventos, a Thaísa vai até a casa da pessoa e prepara um cardápio de “prato feito” para o mês inteiro.

Funciona assim: ela passa uma lista de compras para o cliente e usa a cozinha da casa dele para fazer as refeições. São cerca de 4 horas para o produzir as marmitas que serão congeladas. O preparo segue orientação de duas veterinárias parceiras ou, em caso de animal com algum problema de saúde que necessite de cardápio específico, segue a receita dada pelo veterinário do cliente.

O serviço custa R$ 150. “Ainda estamos em fase de crescimento e expansão do negócio, mas já temos um faturamento de R$ 5 mil mensais”, comenta Thaísa.

Cozinha preparada para fazer comida pet congelada

Outra pequena empresária que aproveitou a onda da alimentação saudável e natural para pets para abrir um negócio foi Heloísa Machado, dona da Pet Gourmet Natural. Há dois anos ela passou por uma consultoria no Sebrae e montou uma produção de comida natural congelada para cães.

A proposta é usar apenas ingredientes naturais — carnes, grãos e vegetais — e cozinhar porções individuais de refeições. Assim como a Cãolinarista, existem as opções prontas, feitas com receita veterinária padrão, e as preparadas individualmente para animais com algum problema de saúde — cardíacos ou obesos, por exemplo —, que exigem um cardápio específico. Cada prato custa, em média, entre R$ 16 e R$ 17, variando de acordo com o tipo de carne.

Para montar a cozinha, Heloísa investiu R$ 100 mil. Embora a Pet Gourmet Natural ainda não tenha recuperado o investimento, as perspectivas de crescimento são grandes.

“No último semestre do ano passado passamos a ter uma procura substancial. Muita gente tem pet com problema de saúde e precisa mudar a alimentação. Sem contar os que desde o início preferem adotar comida saudável”, conta.

As refeições congeladas da Heloísa também vão para cidades de outros estados, como Goiânia e Manaus, onde existe demanda, mas ainda tem pouca oferta. As embalagens são enviadas por avião. Em 2018 ela vai expandir o negócio investindo em um novo produto: petisco natural, feito com carne desidratada. A ideia é fornecer para os pets shops da cidade.

“Hoje os pratos são feitos em cozinha própria e entregues aos clientes por motoboy. Apenas um pet da cidade vende. Com o petisco será diferente, porque por não ser congelado consigo distribuir por várias lojas de Curitiba”, explica.

Exigências legais para fazer comida pet são grandes

O principal entrave pelo qual passa os pequenos empresários que investem no ramo de alimentação para animais é conseguir autorização do Ministério da Agricultura. As regras e requisitos são muitos, já que precisam seguir os mesmos padrões de higiene e cuidados que os fabricantes de ração. Por isso muitos pequenos negócios desse ramo na cidade acabam por trabalhar informalmente, optando em fazer o produto direto na casa do cliente. 

O que é alimentação natural para animais?

A proposta da alimentação natural para pets é que a comida dos animais não seja industrializada e sim caseira, preparada com alimentos saudáveis, sem conservantes ou corantes. No Brasil, um dos primeiros grupos a disseminar a ideia foi o site Cachorro Verde, que começou em 2008, e ensina as pessoas a seguirem uma dieta de alimentação crua ou cozida para cães e gatos.

Além de explicações sobre o tema e orientações gerais de preparo, eles oferecem cursos de alimentação saudável. Muitos dos donos dos novos negócios do ramo em Curitiba fizeram esses cursos ou se inspiraram na ideia para oferecer os serviços de preparo de petiscos e pratos naturais para animais.

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Publicado por Vida Financeira e Emprego em Terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

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