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Startup fatura R$ 1 milhão por mês gerando boletos para pequenos empresários

Matheus Bernert e Eduardo Simioni, os sócios da BoletoBancário.com no escritório em Curitiba. | Ana Gabriella Amorim
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Matheus Bernert e Eduardo Simioni, os sócios da BoletoBancário.com no escritório em Curitiba. (Foto: Ana Gabriella Amorim Gazeta do Povo)

Um sistema de cobrança de boletos independente de banco e com custo vantajoso para ajudar pequenas empresas e microempresários a reduzir despesas e burocracia. Este é o negócio dos sócios Matheus Bernert e Eduardo Simioni e que tem rendido à startup curitibana um faturamento de R$ 1 milhão por mês, com a perspectiva de bater a marca de R$ 15 milhões anuais em 2018.

A BoletoBancario.com nasceu em 2000, quando o sócio Simioni voltou da Holanda com a ideia de atender e-commerce com a geração de layout de boletos bancários para bancos. Quatorze anos depois, Bernert entrou na startup com o propósito de ter uma plataforma que ajudasse os pequenos e médios negócios a crescerem.

“Eu sou administrador e trabalhei por cinco anos em multinacional, mas não me encontrei. Eu sou apaixonado por empreendedorismo e o que queria era ajudar os pequenos negócios a expandir seu potencial. Aí surgiu a ideia de criar uma plataforma de pagamento que facilitasse a vida deles”, conta. A startup ainda trabalha com a geração de layout, mas é apenas 2% de toda a demanda. 

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A guinada da empresa a partir de 2015 ocorreu a partir de uma sacada simples: uma plataforma online em que pequenas e médias empresas e pessoas físicas se cadastram rapidamente – a média é de 3 minutos – e passam a emitir boletos (com escolha de valor, juros e data de vencimento) para que seus clientes paguem as compras. Tudo desvinculado de banco. Ou seja, o empreendedor não precisa, se não quiser, ter uma carteira de cobrança bancária para conseguir emitir e cobrar boletos para o seu negócio. 

Pela plataforma é possível emitir relatórios diários dos boletos gerados pagos e não pagos, o que facilita o controle. É tudo online e em tempo real. Dá para ver os clientes inadimplentes e disparar e-mail avisando a eles que o pagamento não foi feito e que ainda dá tempo de finalizar a compra.

“Isso facilita muito a gestão dos pagamentos, que costuma ser uma tarefa complicada e manual, feita por algum funcionário da empresa, e que requer diversas ferramentas para cada etapa de cobrança. Para os pequenos empresários ajuda bastante, pois economiza tempo e mão de obra”, explica Bernert.

Outra vantagem da BoletoBancário.com é que os boletos gerados e não pagos pelos clientes não são cobrados, diferentemente do que ocorre com os bancos. Para os que são pagos, o valor cobrado é de 2,5% em cima do valor da compra. Foram principalmente essas vantagens que fizeram com que a startup tivesse hoje 10 mil clientes ativos na plataforma, alguns grandes, como Netshoes, HDI Seguros e Booking . No total, desde que começaram, passaram por ela cerca de 200 mil.

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Mas para chegar a esse número não foi fácil. No começo a startup começou a divulgação entre os amigos dos sócios. Depois, expandiu o boca a boca e passou a investir em marketing digital. Bernert fez cursos na área e contratou alguns consultores do segmento. “Esse foi o pulo do gato, foi assim que conseguimos crescer”, comenta.

Mesmo com o foco no boleto, a empresa tinha uma visão maior e queria expandir o serviço. Hoje conseguiu implementar na plataforma o pagamento também pelo cartão de crédito, débito e viabilizou o pagamento de títulos. Para este semestre tem um novo projeto que vai envolver uma conta digital para reduzir a burocracia para o pequeno empreendedor, mas por enquanto os sócios preferem não revelar os detalhes.

Cultura colaborativa é característica marcanda da startup

A equipe da BoletoBancário.com começou tímida, com apenas cinco pessoas. Aos poucos, ano a ano, foi crescendo, conforme aumentava o número de clientes e, por consequência, a necessidade de investir em mais funcionários. Hoje são 50 pessoas selecionadas a dedo para atender o número enorme de clientes da empresa.

Com uma seleção criteriosa, que segundo Bernert costuma ser demorada justamente para conseguir os melhores profissionais, a proposta é ter um time extremamente colaborativo. “Não acreditamos no modelo tradicional de meritocracia do mercado, baseado em metas. Isso fomenta a competição entre os funcionários e faz com que eles não pensem nas oportunidades adjacentes que existem”, conta.

A preocupação com o clima organizacional está também no ambiente de trabalho. O lugar é descontraído e lá os funcionários podem jogar videogame, levar cachorros e fazer massagem. Não há controle de horário. “Essa forma de tratar os colaboradores deu muito resultado, crescemos muito rápido. Conseguimos achar as pessoas certas com os comportamentos certos e estamos investindo todo nosso lucro nos profissionais”, comenta Bernert. 

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