Chilenos da Toc, vencedora do Latam Edge Awards de 2016| Foto: DivulgaçãoGrupo Casa

Londres é uma cidade cruel para novos negócios. Pela estatística, quase sete mil startups devem morrer, nos próximos anos, por lá. A competição é alta. E, por isso mesmo, o prêmio LatAm Edge Awards está em busca de empresas latino-americanas que possam abrir sede na Inglaterra. A lógica é: se um negócio que funciona lá, pode dar certo em qualquer lugar. Cinco finalistas irão disputar um prêmio de 90 mil libras em consultoria.

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Por um ano, uma equipe de profissionais irá acompanhar a empresa vencedora, de forma gratuita. É feito o passo a passo de como abrir um negócio. Desde abrir o CNPJ até o plano de marketing adaptado para os britânicos.

Mais do que a burocracia, a principal barreira a é cultural. A CEO do Grupo Casa, que organiza o LatAm Edge Awards, Sandra Sinicco, exemplifica:

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Se você fala para um inglês 'vou mandar um email hoje' e não mandar hoje, ele vai ficar bastante chateado. Melhor dizer 'mando semana que vem' e mandar. Perfeito

O Grupo Casa trabalha há anos com empresas estrangeiras que tentam entrar no Brasil. E muitas dão errado por falta de informação e de compreensão do mercado local. O que acaba, inclusive, inviabilizando a operação. Foi daí a inspiração para o prêmio.

Abrir uma empresa na Inglaterra é rápido. Pode levar menos de quatro horas. Mas a burocracia inglesa pode ser uma cilada. Porque não é nada fácil navegar em meio às tipologias de impostos e ramos de atuação. A chance do empreendedor se perder é grande.

O empresário corre o risco de mentir sem querer para a receita (e ninguém deve querer mentir para a receita). E ainda perder o acesso à série de incentivos que o governo britânico oferece para novos negócios. Há áreas com empréstimos a fundo perdido, para desenvolver inovações.

Quem vencer o LatAm Edge Awards irá contar com o apoio de contadores, mentores, e consultores. Eles vão orientar sobre como se comportar em uma reunião britânica, quais os atores locais do mercado, que adaptações o produto precisa para ser vendido por lá.

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"Londres tem um sistema de apoio a empresas inovadoras muito gande. Tem muito fomento, mas a empresa tem que ser inglesa", explica Sandra Sinicco.

A longo prazo, a ideia é que as companhias tragam de volta para a América latina o aprendizado que tiveram na Europa.

Chilena faturou no ano passado

Vencedora do LatAm Edge Awards no ano passado, a chilena TOC Biometrics é uma fintech que desenvolveu uma tecnologia que aumenta a segurança das operações bancárias feitas por celular. Pode ser a íris, impressão digital, selfie com a cabeça inclinada. O objetivo é que o usuário abdique da senha tradicional.

A empresa já está em contato com duas multinacionais inglesas (um banco e uma tele) para vender sua solução. Ainda faltam quatro meses para o fim da consultoria.

Como participar

O LatAm Edge Awards está em busca das chamadas scale ups. Popular na Europa, o termo é usado para designar as versões mais maduras das startups. São empresas com um modela de negócios melhor definido, que já operam em escala e cresceram muito. E que têm potencial de crescer ainda mais.

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A prioridade é para empresas de base tecnológica. Além disso, há um foco grande, este ano, em quem desenvolve tecnologia para ramos do agronegócio, alimentação e energia. Sandra Sinicco que essas são sensíveis para o empreendedor latinoamericano, e ainda pouco exploradas na Europa.

Quem vencer deve indicar um ou dois representantes para liderar a abertura da empresa europeia. Estas pessoas devem ter inglês fluente e facilidade de integração cultural.

Para participar, basta entrar no site do prêmio e responder a um questionário detalhado, disponível na aba “register now”. As inscrições vão até 1.º de agosto. A final ocorre em Londres, no dia 11 de outubro.