Londres é uma cidade cruel para novos negócios. Pela estatística, quase sete mil startups devem morrer, nos próximos anos, por lá. A competição é alta. E, por isso mesmo, o prêmio LatAm Edge Awards está em busca de empresas latino-americanas que possam abrir sede na Inglaterra. A lógica é: se um negócio que funciona lá, pode dar certo em qualquer lugar. Cinco finalistas irão disputar um prêmio de 90 mil libras em consultoria.
Por um ano, uma equipe de profissionais irá acompanhar a empresa vencedora, de forma gratuita. É feito o passo a passo de como abrir um negócio. Desde abrir o CNPJ até o plano de marketing adaptado para os britânicos.
Mais do que a burocracia, a principal barreira a é cultural. A CEO do Grupo Casa, que organiza o LatAm Edge Awards, Sandra Sinicco, exemplifica:
Se você fala para um inglês 'vou mandar um email hoje' e não mandar hoje, ele vai ficar bastante chateado. Melhor dizer 'mando semana que vem' e mandar. Perfeito
O Grupo Casa trabalha há anos com empresas estrangeiras que tentam entrar no Brasil. E muitas dão errado por falta de informação e de compreensão do mercado local. O que acaba, inclusive, inviabilizando a operação. Foi daí a inspiração para o prêmio.
Abrir uma empresa na Inglaterra é rápido. Pode levar menos de quatro horas. Mas a burocracia inglesa pode ser uma cilada. Porque não é nada fácil navegar em meio às tipologias de impostos e ramos de atuação. A chance do empreendedor se perder é grande.
O empresário corre o risco de mentir sem querer para a receita (e ninguém deve querer mentir para a receita). E ainda perder o acesso à série de incentivos que o governo britânico oferece para novos negócios. Há áreas com empréstimos a fundo perdido, para desenvolver inovações.
Quem vencer o LatAm Edge Awards irá contar com o apoio de contadores, mentores, e consultores. Eles vão orientar sobre como se comportar em uma reunião britânica, quais os atores locais do mercado, que adaptações o produto precisa para ser vendido por lá.
"Londres tem um sistema de apoio a empresas inovadoras muito gande. Tem muito fomento, mas a empresa tem que ser inglesa", explica Sandra Sinicco.
A longo prazo, a ideia é que as companhias tragam de volta para a América latina o aprendizado que tiveram na Europa.
Chilena faturou no ano passado
Vencedora do LatAm Edge Awards no ano passado, a chilena TOC Biometrics é uma fintech que desenvolveu uma tecnologia que aumenta a segurança das operações bancárias feitas por celular. Pode ser a íris, impressão digital, selfie com a cabeça inclinada. O objetivo é que o usuário abdique da senha tradicional.
A empresa já está em contato com duas multinacionais inglesas (um banco e uma tele) para vender sua solução. Ainda faltam quatro meses para o fim da consultoria.
Como participar
O LatAm Edge Awards está em busca das chamadas scale ups. Popular na Europa, o termo é usado para designar as versões mais maduras das startups. São empresas com um modela de negócios melhor definido, que já operam em escala e cresceram muito. E que têm potencial de crescer ainda mais.
A prioridade é para empresas de base tecnológica. Além disso, há um foco grande, este ano, em quem desenvolve tecnologia para ramos do agronegócio, alimentação e energia. Sandra Sinicco que essas são sensíveis para o empreendedor latinoamericano, e ainda pouco exploradas na Europa.
Quem vencer deve indicar um ou dois representantes para liderar a abertura da empresa europeia. Estas pessoas devem ter inglês fluente e facilidade de integração cultural.
Para participar, basta entrar no site do prêmio e responder a um questionário detalhado, disponível na aba “register now”. As inscrições vão até 1.º de agosto. A final ocorre em Londres, no dia 11 de outubro.
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