Fundada em 2017 e em operação desde janeiro deste ano, a Ciclic tem um plano ousado: transformar a previdência privada na nova poupança do brasileiro. Para isso, a primeira fintech dedicada a esse tipo de investimento no país se dedicou a montar um caminho de poucos cliques, com linguagem didática e dispensando até a apresentação de um comprovante de endereço para fisgar uma clientela popular.
“Existem complexidades em produtos de previdência que para a maioria da população não faria sentido. PGBL, VGBL, progressivo ou regressivo, enfim. Entendeu-se que a maioria da população se enquadra muito mais no VGBL, já que o PGBL é para quem tem carteira de trabalho assinada e declara imposto de renda. Então focamos nisso e criamos um produto simplificado, com aplicações em renda fixa, bastante conservador. E demos uma roupagem de sonhos a esse produto”, explica o CEO da Ciclic, Raphael Swierczynski.
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No site da empresa, os planos são apresentados como sonhos: “abrir meu próprio negócio”, “meu carro”, “minha reserva”, entre outros exemplos. Embora haja, logo abaixo, uma chamada especial para quem está pensando em aposentadoria, objetivo inerente à previdência privada, a ideia da Ciclic é apresentar a modalidade como um caminho para outros objetivos também. O nome da fintech, inclusive, nasceu da palavra “cíclico”.
Com 33 pessoas na equipe, Swierczynski preferiu não revelar as metas da Ciclic em termos de clientes ou contratações. Ele adianta, apenas, que orçamento para 2018 é R$ 27 milhões e que a Ciclic já investe “um valor importante” para manter o fluxo de clientes e para testar a aderência do produto atual e a criação de novos.
O CEO da fintech também diz que a equipe já está pensando em planos um pouco mais complexos, para fisgar o público que já tem a vida financeira um pouco mais organizada, mas que está cansado da burocracia dos planos de previdência tradicionais.
A Ciclic é uma “joint venture” da BB Seguridade e do Principal Financial Group.
Como funciona o produto da Ciclic
Ao clicar num dos “sonhos” do site da fintech, o cliente/usuário do site precisa responder duas perguntas: quanto você pode poupar por mês e por quanto tempo. Ao dar o segundo clique, o cliente é levado para uma pequena simulação.
No teste da reportagem, o sonho escolhido foi “minha reserva”. Ao inserir que poderia guardar R$ 800 por mês por dois anos, a Ciclic respondeu que eu conseguiria acumular R$ 20.878,76, com uma rentabilidade de 9% ao ano.
A simulação é feita com base no histórico de 12 meses dos fundos onde a Ciclic aplica. Logo abaixo, aparecem as explicações sobre porquê esse é o melhor plano para mim, com destaques para o baixo risco da modalidade, a tabela progressiva de incidência de imposto de renda, que faz com que o imposto recaia apenas sobre o que rendeu e ainda de maneira reduzida a medida que o prazo chega ao fim.
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Mais abaixo, os detalhes sobre o plano são apresentados, com as explicações sobre a simulação (é só uma simulação!) e também sobre os custos do plano. A Ciclic diz que, diferentemente da maioria das empresas tradicionais do setor, não cobrará taxa de carregamento se você manter o seu plano pelo tempo escolhido. Qualquer plano com prazo igual ou maior do que cinco anos também será isento da taxa de carregamento.
A fintech também frisa que aplicará uma taxa de administração que diminui à medida que você guarda mais, e que nunca será maior do que 2% do total do seu dinheiro.
Se você decide seguir em frente, precisa dar informações básicas, como nome, CPF, e-mail, data de nascimento e endereço, além de criar uma senha. A partir daí, as aplicações serão feitas por meio de um boleto, encaminhado todos os meses para o e-mail que você informou. Na hora do resgate, será pedido uma conta e agência de sua preferência para que o dinheiro seja transferido.
Para quem quer ir mais a fundo, a aba Como Funciona do site traz os fundos nos quais a Ciclic aplica.