Multinacional norte-americana, a Petland chegou ao Brasil há três anos, com a meta de ser o petshop de bairro, espalhado em cada canto das cidades brasileiras. Vem dando resultado: a empresa estima faturar R$ 72 milhões no país até o final de 2017. Para manter um ritmo de crescimento acelerado, a nova estratégia da empresa é apostar na conversão de bandeiras, ou seja, em franquear negócios prontos, que já atuam no mercado.
A estratégia de crescimento da rede foi apresentada no Brasilshop, evento que debateu a expansão do setor de varejo em meio à crise nesta terça-feira (23), em Curitiba.
A primeira experiência foi a menos de um ano, no Litoral de São Paulo, com um empresário que tinha três pequenas lojas de produtos pet. Hoje, todas são unidades Petland.
Empreendedores criam cosméticos para cães e gatos
5 coisas que você precisa saber antes de largar tudo para empreender
A vantagem para a rede é bem clara. É uma forma de ampliar sua presença de mercado, sem depender de franqueados que vão começar seus negócios do zero. Mas o que levaria um comerciante já estabelecido a querer largar sua marca e virar uma franquia?
"Este cara não consegue ter um poder de barganha com um fornecedor, não tem uma estratégia de marketing, não tem marketing com capilaridade", explica Fernando Belleza, master franqueado da Petland, no Paraná. "Ao entrar para uma rede ele tem um know-how, consegue ter acesso a negociações muito interessantes. E, no nosso caso, ainda se torna uma empresa multinacional".
O pequeno empresário ganharia, portanto, ao ter sua loja vinculada a uma marca forte e acesso a fornecedores de baixo custo (o que é importante, já que a política de preço baixo é uma forte estratégia da Petland).
LEIA MAIS sobre empreendedorismo, negócios e carreira
Outra mudança é na forma de gestão, que passa a ter processos normatizados, conforme as definições da franqueadora. Esta é justamente a parte mais difícil, porque mexe na cultura do negócio.
A estratégia da Petland é ir aos poucos. A conversão começa com a identidade visual. A loja passa a ter carinha de Petland. Depois, uma transformação gradual do mix de produtos. Por fim, a gestão, que inclui integração dentro de um mesmo sistema operacional.
Mercado gigante, mas amador. Por isso da estratégia
Bichinho de estimação, no Brasil, é coisa séria. O país é o segundo maior mercado pet do mundo, com R$ 19 bilhões de faturamento. Perde só para os Estados Unidos.
Números que fizeram brilhar os olhos do pessoal da sede da Petland, nos Estados Unidos. Fundada em 1967, a empresa tem presença em 19 países. Além do tamanho, foi o amadorismo do mercado brasileiro que chamou a atenção da multinacional.
Empresas de tecnologia desenvolvem serviços para o mercado pet
São 50 mil pontos de venda. Metade deles geridos por veterinários, segundo Belleza. "Veterinários são muito técnicos, mas falta conhecimento de gestão".
A presença de redes de petshops, neste mercado, é irrisória. Ela respondiam por uma fatia de 5% das lojas, quando a Petland chegou ao Brasil. Hoje, são 6,5%. "E as que existiam [quando chegamos] eram megastore, sem foco no atendimento", explica o executivo.
A conversão de bandeiras é uma grande aposta para unir estas duas pontas. A vantagem financeira e de gestão de integrar uma grande rede, de um lado. E a capilaridade dos petshops de bairro, de outro.
Hoje a Petland tem 43 operações no Brasil, entre lojas abertas e em construção. Destas, 30% são de bandeiras convertidas. A meta é fechar este ano com 60 lojas. E atingir a marca de 400, até 2021.
Além de ser uma grande rede, a empresa busca se diferenciar com o fator humano. Não ser um mero local em que o consumidor adquire produtos, mas onde ele adquire informação sobre o mundo pet e vive uma experiência de compra. Uma das formas de possibilitar isso é com as campanhas de adoção, que também integram o programa de responsabilidade social da empresa.
Evangélicos têm moda própria. E é um negócio divino
Empresas com propósito vendem mais, vendem melhor e ajudam a melhorar o mundo
Ficha técnica da franquia
Data de Fundação: 1967
Entrada no franchising: Meados de 1970, a partir do Canadá
Número de franquias: 42 (no Brasil)
Investimento total (R$): R$ 299 mil (loja Light) até R$ 2 milhões (loja Experience)
Capital para instalação: R$ 120 mil a R$ 900 mil.
Taxa de Franquia: de US$ 12 mil (loja Light) a US$ 20 mil.
Capital de Giro: R$ 50 mil a R$ 300 mil.
Faturamento médio mensal: R$ 1 mil a R$ 1,2 mil por metro quadrado.
Prazo de Retorno: 24 meses a 36 meses.
Taxa de Propaganda: 2%.
Royalties: 5%.
Área para instalação: de 80 m² a 800 m².
Número de funcionários na operação: 5 a 30.