De janeiro a agosto deste ano, 2.404 unidades, entre novos apartamentos e unidades comerciais, foram lançadas em Curitiba, segundo dados da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), em parceria com a Brain Bureau de Inteligência Corporativa, que leva em conta os imóveis vendidos na planta ou prontos para morar.
O número supera as unidades lançadas no mesmo período do ano anterior em 44,5% e sinaliza uma retomada na produção de novos imóveis na capital paranaense. Ainda em março deste ano, diante do menor estoque de imóveis de Curitiba em seis anos, os empresários disseram que esperavam uma reação do setor a partir do segundo semestre. E essa reação veio.
VEJA INFOGRÁFICO com a variação no estoque e nos preços dos imóveis novos
Mas uma recuperação de verdade, com um ajuste também no estoque de unidades comerciais, com o retorno de um bom ritmo de vendas para o mercado todo e um impacto positivo no preço dos imóveis usados, só virá com uma redução maior nos juros e uma queda mais acelerada do desemprego.
“Os juros já caíram bastante e, embora a resposta não seja imediata, esta queda está chegando ao consumidor. Hoje, com R$ 6 mil uma família consegue comprar praticamente o mesmo imóvel para o qual precisava de uma renda de R$ 9 mil lá no início do ano”, avalia o vice-presidente da Ademi-PR, Leonardo Pissetti.
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Não à toa, a faixa que mais se destaca entre os novos apartamentos lançados na capital paranaense é a de imóveis até R$ 400 mil, faixa que corresponde ao imóvel de entrada das famílias de classe média na cidade. O número de imóveis neste valor cresceu 13,4% em relação a 2016, com 1.191 unidades lançadas neste ano.
Na outra ponta, e também em destaque nos primeiros oito meses de 2017, estão os imóveis a partir de R$ 1 milhão, com 10,7% de alta no número de novas unidades (156 novos apartamentos em Curitiba). Foi essa faixaa, aliás, que ajudou a puxar o preço médio dos novos apartamentos da capital paranaense para cima em 2017, para R$ 7.058 o metro quadrado.
De janeiro a agosto, a alta acumulada é de 5,4%, mais do que o dobro da inflação oficial do período, medida pelo IPCA, de 1,62%.
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Publicado por Vida Financeira e Emprego em Domingo, 29 de outubro de 2017
Se até o ano que vem a queda nos juros for repassada pelos bancos com maior intensidade, tanto para o cliente final quanto para o setor, impactando também nos custos de produção, Pissetti diz que a tendência é de construtoras e incorporadoras de Curitiba invistam mais nas faixas intermediárias, entre R$ 400 mil e R$ 1 milhão.
Ainda assim, mais da metade dos novos lançamentos no ano que vem deverá se concentrar nas primeiras faixas de até R$ 400 mil, já que são essas as de maior demanda da população.
Atualmente, Curitiba tem 8.169 apartamentos novos à venda. O mercado argumenta que um número “saudável” para a cidade, ou seja, que atenda a demanda sem desbancar para a superoferta, é de cerca de 5 mil unidades por ano.
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“Ainda temos dois anos para um ajuste [no estoque], e isso depende do planejamento colocado em pauta por esse governo [federal]”, observa Pissetti, se referindo às reformas propostas e com as quais todo o setor produtivo está contando.
De maneira geral, o entusiamo é menor em relação aos imóveis comerciais, que ainda dependem diretamente também de uma maior retomada mais forte de setores como comércio e serviços. Mesmo entre as unidades recém-lançadas, os preços desses imóveis ainda estão perdendo para a inflação.
No último mês de agosto, o preço médio do metro quadrado desses imóveis ficou em R$ 9.660, apenas um pouco acima do preço médio do fim de 2016, de R$ 9.642.
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