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FINANÇAS PESSOAIS

Novas regras para cobrança de juros no cartão de crédito entram em vigor; veja o que muda

 | Marcos Santos/USP Imagens/Marcos Santos/Usp Imagens

Novas regras para a cobrança de juros no cartão de crédito entraram em vigor nesta sexta-feira (1º). As definições foram aprovadas no fim de abril pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Agora, clientes que pagarem menos de 15% da fatura do cartão – caindo no chamado crédito rotativo não regular – pagarão menos juros.

O CMN regulamentou uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Até agora, quem pagava menos de 15% da fatura migrava para o crédito não regular, que cobrava juros mais altos. Quem pagava entre 15% e 100% entrava no rotativo regular, com taxas mais baixas. A partir desta sexta, será extinta essa diferenciação: haverá apenas um crédito rotativo.

Os bancos poderão cobrar 2% de multa (sobre a dívida total) e 1% ao mês de juros de mora em caso de inadimplência. Até agora, os bancos cobravam a multa, os juros de mora e mais uma taxa punitiva de quem caía no crédito não regular.

Mesmo assim, avalia Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira, o cartão segue um perigo para o bolso. “As parcelas mensais continuarão com juros altos, comprometendo o orçamento.”

SAIBA MAIS: Brasileiro não sabe usar cartão de crédito; fatura consome um terço do orçamento

Entenda o que muda com as novas regras para cobrança de juros no cartão de crédito e saiba como evitar atrasos no pagamento da fatura:

O QUE MUDA

Pagamento mínimo

COMO É HOJE - Há previsão de um pagamento mínimo, fixado em 15% do valor da fatura, que os clientes precisam quitar para não serem considerados inadimplentes.

COMO FICA - Bancos poderão definir seu próprio mínimo. Poderá ser diferente para cada cliente.

Crédito rotativo e juros

COMO É HOJE - Quem não quita a fatura, mas paga o valor mínimo, entra no rotativo regular, com juros mais baixos. Quem paga menos do que o mínimo (ou não paga), entra no rotativo não regular, de juros mais altos.

COMO FICA - Instituições não poderão praticar taxas diferentes e terão de cobrar os juros do rotativo regular tanto para quem pagou o mínimo quanto para quem não pagou nada. Mas atenção: para os inadimplentes (que pagaram menos do que o mínimo ou não pagaram), as instituições poderão cobrar multa (2%, paga uma única vez) e juros de mora (limitado a 1% ao mês).

Crédito mais barato

COMO É HOJE - Os clientes só podem pagar o mínimo e usar o rotativo por um mês. No seguinte, são obrigados a pagar o total, não podem continuar pagando apenas o mínimo. No caso de quem não consegue quitar o total após entrar no rotativo, os bancos são obrigados a parcelar em uma linha de crédito diferente, com juros mais baixos.

COMO FICA - Isso permanece sem nenhuma alteração.

SEIS DICAS PARA O BOM USO DO CARTÃO DE CRÉDITO

1. Diagnóstico financeiro

Por mais que o valor dos juros tenha diminuído, eles continuam altos. Caso não consiga pagar a fatura total no vencimento, é preciso fazer um diagnóstico financeiro e descobrir a verdadeira causa para evitar repetir esse erro.

2. Consumo consciente

Buscar uma linha de crédito com taxas de juros menores é uma alternativa válida, mas trocar uma dívida pela outra não é a solução. É preciso ter responsabilidade. Sempre se pergunte se realmente precisa do item, se tem dinheiro para comprar e para pagar o total da fatura na data do vencimento.

3. Limite: 50% do salário

O limite do cartão não deve ultrapassar 50% do salário. Assim, evita-se gastar mais do que recebe.

4. Comprometimento futuro

Lembre que, ao fazer parcelas fixas, você está comprometendo o orçamento mensal dos próximos meses.

5. Anuidades e empréstimo

Evite o pagamento de anuidade. Hoje, é possível encontrar cartões que não cobram nenhuma taxa de manutenção. Também nunca empreste o cartão de crédito à outra pessoa.

6. Benefícios

Aproveite os benefícios que o cartão oferece, como prêmios e milhas.

Fontes: Banco Central e Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira.

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