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Mercado imobiliário

Preços dos imóveis usados estão descolados dos novos e não vencem a inflação

Nos últimos três meses, uma média de 23,8 mil imóveis residenciais usados foram anunciados, segundo dados do Inpespar/Secovi-PR, bem mais do que a média do mesmo período nos anteriores, quando a oferta era de cerca de 20 mil unidades à venda. | Aniele Nascimento
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Nos últimos três meses, uma média de 23,8 mil imóveis residenciais usados foram anunciados, segundo dados do Inpespar/Secovi-PR, bem mais do que a média do mesmo período nos anteriores, quando a oferta era de cerca de 20 mil unidades à venda. (Foto: Aniele Nascimento Gazeta do Povo)

Embora algumas imobiliárias e alguns portais de compra e venda de imóveis digam que sentiram um aumento no número de ligações e no interesse dos compradores em geral neste segundo semestre de 2017, a retomada sinalizada pelos imóveis novos ainda não impactou significativamente os imóveis usados na capital paranaense. 

Segundo dados do últimos mês de setembro do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), entidade do Sindicato da Habitação e Condomínios do estado (Secovi-PR), o preço de oferta dos imóveis residenciais usados apresentou uma leve queda de -0,7% nos últimos 12 meses. No mesmo período, a inflação oficial medida pelo IPCA foi de 2,53%. 

Já os preços dos imóveis comerciais e dos terenos subiu um pouco mais, 4,64% e 3,28%, respectivamente, no mesmo período. Mas, segundo corretores e donos de imobiliárias, esse movimento se deve mais à resistência dos proprietários em baixar o preço e também às dificuldades de se acomodar uma oferta maior em meio a uma demanda ainda insegura do que a uma real valorização desses imóveis nos últimos meses.

Nos últimos três meses, uma média de 23,8 mil imóveis residenciais usados foram anunciados, bem mais do que a média do mesmo período nos anteriores, quando a oferta era de cerca de 20 mil unidades à venda. A maior parte da oferta (60%) é de apartamentos usados, seguida de casas individuais ( 28,7%) e sobrados e casas (10,6%). “Estamos vendendo cerca de 550 imóveis residenciais por mês. O normal, para dar conta da oferta, seria vendermos 1,2 mil imóveis todos os meses”, observa o presidente do Inpespar, Mauricio Ribas Moritz.

Esse cenário, somado à limitação recente do financiamento de imóveis usados pela Caixa Econômica Federal, colabora para que os preços dos imóveis usados demorem a sentir os efeitos da esteira puxada pelos lançamentos na cidade. 

“Além das restrições que eles [a Caixa] assumem, há as outras que eles não assumem, como a maior rigidez na aprovação do cadastro e a demora na liberação dos processos que já tinham começado antes mesmo das mudanças”, relata Moritz.

Segundo ele, o ticket médio do setor está em pouco mais de R$ 300 mil. “Imóveis com preço acima disso estão difíceis de vender”, complementa Moritz. 

Pelo Inpespar, o preço médio dos imóveis residenciais usados em Curitiba fechou em R$ 3.555,59 o metro quadrado no mês de setembro. Para os imóveis comerciais e para os terrenos, o preços médio ficou em R$ 3.917,32 e R$ 1.135,30 o metro quadrado, respectivamente. 

Outra fonte de dados, a plataforma Imovelweb, com uma base de quase 120 mil imóveis em Curitiba, também apresenta um cenário “ofertado” e de preços longe de uma recuperação para os imoveis usados da capital paranaense. 

Informações de setembro mostram um aumento de 1,7% nos preços anunciados na plataforma nos últimos meses — crescimento abaixo do da inflação do período, de 2,53%. O preço médio, plea plataforma, ficou em R$ 4.630 o metro quadrado.

No portal, 89% dos imóveis anunciados estão à venda. “Tipicamente, o normal é algo em torno de 75% para venda, e 25% para locação. Algumas pessoas também têm os imóveis nas duas categorias e esse é um dado que não temos no momento”, observa o CEO do Imovelweb, Mateo Quadras. 

Nos sites das imobiliárias da capital paranaense e também na plataforma foi possível ver, ao longo de 2017, o número de anúncios propondo permuta de imóveis ou mesmo um imóvel de menor valor como parte de pagamento aumentar. Mas o número de negócios efetivamente fechados desta maneira, apontam corretores e donos de imobiliárias, é muito pequeno.

“[A proposta de permuta] é um fenômeno que vem da crise. (...) São ações que promovem o interesse, mas difícil de realizar”, diz Quadras.

☝ Antes que a Selic alcance os 7% ao ano ☝☝ Antes que o estoque volte a ser reposto ☝☝☝ A antes que os imóveis comerciais voltem a ser ocupados

Publicado por Vida Financeira e Emprego em Sábado, 28 de outubro de 2017

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