Se você não tem urgência em comprar um carro, não financie.| Foto: Jonathan Campos Gazeta do Povo

Encarar as taxas de financiamento de automóveis pode trazer uma falsa sensação de bom negócio, afinal, estão entre os juros mais baixos do sistema financeiro nacional. Mas não é bem assim, pelo menos, se comparadas à opção de guardar o dinheiro por conta própria, antecipando o valor economizado para fazer o pagamento do carro à vista.

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Conforme o educador financeiro Alfredo Meneghetti Neto, professor de Economia da PUCRS, quem se disciplina a poupar um determinado valor a cada mês pode chegar rapidamente ao preço de um automóvel, de maneira menos custosa. Em vez de pagar juros de empréstimos, o rendimento é que estará correndo a favor do consumidor para alcançar o montante pretendido.

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“Quem consegue juntar o dinheiro também pode chegar até a concessionária e negociar um bom desconto pelo pagamento à vista”, ensina Meneghetti.

A estratégia para começar a guardar dinheiro é escolher o modelo de carro desejado e dividir o valor pelo número de meses até a data provável da compra. Se a parcela couber no orçamento, o próximo passo será optar por uma aplicação que aceite depósitos relativamente baixos e não tenha impedimento para o resgate no curto prazo, como a poupança.

O rendimento será o segredo para evitar que a inflação corroa as economias e uma maneira de se blindar contra um eventual aumento no preço do carro até a data da compra.

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“Neste planejamento, é importante saber qual o tipo de carro que se pode, efetivamente, comprar, sem que a economia mensal pese em demasia nas finanças da família”, explica Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste Associação de Consumidores.

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Uma maneira mais fácil de economizar é por meio de consórcios, com juros mais baixos do que os do financiamento de automóveis. Por outro lado, os consórcios carregam taxas de administração e regras que impedem quem atrasa as cotas de participar dos sorteios.

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Levantamento feito pela reportagem com as calculadoras de Proteste, Banco Central e a administradora de consórcios Embracon mostra a distância entre economizar e pagar juros. Quem já tem em mão R$ 10 mil e irá guardar dinheiro ao longo de três anos para comprar à vista um carro popular avaliado em R$ 35 mil terá de fazer uma economia mensal de até R$ 600.

Se a pessoa optar por dar esses R$ 10 mil de entrada e financiar o restante, a parcela será de R$ 1.007,80. E se recorresse a um consórcio com pouco menos de R$ 10 mil para dar um lance, o consumidor teria cotas mensais de R$ 991.