As vendas de imóveis no País devem crescer 15% em 2018, para o patamar de aproximadamente 120 mil unidades, de acordo com projeções da Associação Brasileira de Incorporadoras (Abrainc) feitas em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Se as estimativas forem confirmadas, o mercado imobiliário voltará ao mesmo nível de vendas registrado em 2014, antes do aprofundamento da crise econômica nacional.
Até fevereiro, as vendas acumuladas em 12 meses chegaram a 78,6 mil unidades, enquanto os lançamentos foram a 85,3 mil unidades, segundo dados divulgados há pouco pelas instituições.
“É possível dizer, categoricamente, que o pior já passou. O que não quer dizer, porém, que o setor já está a salvo”, observou o economista da Fipe, Eduardo Zylberstajn, durante apresentação dos números em evento organizado pela Abrainc.
Zylberstajn afirmou que, pelo lado positivo, a economia brasileira deixou para trás a recessão e conta com um cenário marcado pela redução dos juros e da inflação.
Por outro lado, o economista ponderou que as vendas de imóveis ainda são limitadas pela falta de uma recuperação vigorosa da geração de empregos e pelo baixo nível de confiança dos consumidores. “Por mais que a confiança tenha melhorado, ainda estamos em patamares historicamente baixos. Ainda há muita incerteza e insegurança no ambiente”, afirmou, acrescentando que não há indicação de uma retomada mais forte dos empregos no curto prazo.
Zylberstajn estimou que o avanço do setor deverá ser sustentando pelo crescimento das atividades do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), segmento em que há maior demanda e condições mais favoráveis de financiamento. Por sua vez, os imóveis voltados para o mercado de médio e alto padrão ainda devem evoluir lentamente. Segundo projeções da Fipe e Abrainc, o Minha Casa Minha Vida deve responder por 64% das vendas em 2018, ante 42% em 2014.
Apesar da estimativa de crescimento das vendas, o economista ponderou que não há sinais de um aquecimento nos preços dos imóveis. Durante o “boom” do setor na última década, essa valorização foi sustentada pela redução dos juros e pelo alongamento do prazo de financiamento pelos bancos.
“Com o juro que temos hoje, aparentemente, o preço está de acordo com os seus fundamentos. Qualquer valorização mais forte no preço dos imóveis precisaria passar por uma queda relevante nos juros, aumento dos prazos e recuperação do mercado de trabalho, o que não parece ser o caso para o curto prazo.”
A curto prazo, juros imobiliários devem ficar como estão
Os juros do crédito imobiliário tendem a permanecer estáveis ou passar por leves reduções no curto prazo, de acordo com estimativa do presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Gilberto Duarte. O executivo avaliou que após o ciclo de corte da Selic e as diminuições de juros já praticados pelos bancos nos últimos meses, novas reduções nas taxas do financiamento dependem de reformas estruturais no País - como a questão da Previdência - e o recuo dos juros de longo prazo.
“As taxas de juros já cederam bastante em relação ao ponto máximo da crise e já estamos voltando ao patamar de normalidade”, comentou Duarte, observando que os bancos já concedem crédito imobiliário a taxas na ordem de 9% ao ano, enquanto antes da crise econômica, foram praticadas taxas de até 7% a 8% ao ano.
“Pode cair mais? Talvez mais um pouco. Agora depende principalmente da curva longa de juros”, comentou Duarte, durante evento com empresários organizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).
O presidente da Abecip explicou que não há falta de recursos para concessão de financiamentos, mas sim falta de confiança dos consumidores em assumir empréstimos, dado o desemprego elevado e a falta de clareza sobre os rumos do país. Para este ano, ele reiterou a projeção de crescimento de cerca de 10% dos financiamentos.
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Publicado por Vida Financeira e Emprego em Terça-feira, 17 de abril de 2018