O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou nesta quarta-feira que há uma lista de empresas interessadas em ingressar no consórcio responsável pela construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. Ao minimizar a preocupação com a saída de empresas do grupo que participou do processo concorrencial realizado no ano passado, conforme noticiado pelo jornal O Estado de S. Paulo, Lobão comparou a atual situação com o que ocorreu após a saída da Gaia Energia, do Grupo Bertin. "Algumas já desistiram, sem nenhum problema. Foi o que aconteceu com o Bertin, que desistiu, e havia uma fila de interessados para ficar em seu lugar", destacou o ministro, referindo-se ao processo de entrada da mineradora Vale no grupo responsável pelo projeto.
Entre a sexta-feira passada e a última terça, três empresas privadas fizeram pedidos formais para sair do grupo investidor: Galvão Engenharia, Serveng e Cetenco. A Contern, do Grupo Bertin, deverá apresentar a mesma solicitação formal nos próximos dias. A J. Malucelli Construtora é outra empresa que poderá abandonar o grupo. Apesar do otimismo, Lobão não revelou quais empresas poderiam substituir essas empresas no projeto.Licença
O governo federal trabalha com a perspectiva de que as licenças exigidas para a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte sejam obtidas em breve, segundo o ministro de Minas e Energia. "Creio que estamos nos últimos momentos para a concessão da licença", disse o ministro, após palestra no evento BIOSforum, realizado em São Paulo nesta semana.
O ministro voltou a falar que é fundamental que o processo avance de forma acelerada, a fim de que as obras não sejam atrapalhadas pela época de chuvas na região. "É fundamental que seja (a licença) concedida agora para que não se perca a janela hidrológica. Estamos com todos os procedimentos já tomados, restando apenas essa formalidade legal que temos que obedecer", afirmou Lobão, em referência à licença ambiental do projeto.
Durante sua palestra, Lobão se mostrou descontente com a demora para que a burocracia seja superada. Segundo ele, a obtenção de licenças ambientais no Brasil é "mais difícil do que subir no pau de sebo". O ministro também se mostrou incomodado com o movimento contrário a projetos como o de Belo Monte. Após lembrar que a China investe intensivamente em projetos mais poluentes, como usinas térmicas, ele destacou que um dos desafios mais "dolorosos" do governo é a incompreensão acerca da política brasileira de apostar na manutenção de uma matriz energética baseada em fontes limpas e renováveis.
Lobão lembrou ainda que os projetos de Jirau e Santo Antonio, no Rio Madeira, em Rondônia, também enfrentaram barreiras com a liberação de licenças. Em Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, o Ministério de Meio Ambiente fez uma lista de exigências com mais de 140 condicionantes, lembrou. Apesar disso, o ministro ressaltou que o Brasil precisa "vencer as dificuldades" e que o prazo da obra está sendo cumprido. "Estamos cumprindo paulatinamente e dentro das possibilidades. E vamos realizar a obra dentro dos prazos previstos", destacou.
Reforma tributária eleva imposto de profissionais liberais
Dino dá menos de um dia para Câmara “responder objetivamente” sobre emendas
Sem Rodeios: José Dirceu ganha aval do Supremo Tribunal Federal para salvar governo Lula. Assista
Além do Google, AGU aumenta pressão sobre redes sociais para blindar governo
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast