Depois de uma experiência mal sucedida nos anos 90, o mercado de outlets mais uma vez entra na mira de investidores. Grandes grupos do setor de shopping centers, como General Shopping, BR Malls e Iguatemi, apostam no segmento como uma alternativa ao competitivo mercado de shoppings e um aliado do varejo.
O Paraná deve entrar na onda, já com previsão de dois outlets na Região Metropolitana de Curitiba, dos grupos Tacla e J. Malucelli.
Com marcas famosas a preços atrativos e um custo de operação até 70% menor do que os shoppings tradicionais, a tendência norte-americana se consolida no Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o Brasil possui seis outlets em operação e mais quatro devem ser inaugurados até o final de 2015.
"Os investidores vislumbram novas oportunidades no mercado, principalmente em razão do crescimento do varejo, da alta competitividade entre shoppings tradicionais e do perfil do consumidor, que passou a dar valor a produtos de qualidade e continua buscando o melhor preço", diz Michel Cutait, especialista em shopping center e varejo, e diretor executivo da empresa de consultoria Make it Work.
Projetos
A capital paranaense deve ganhar dois outlets nos próximos anos, um em São José dos Pinhais e outro em Campo Largo. O primeiro, do grupo J. Malucelli, ficará no encontro da BR-277 com o Contorno Leste e terá 25 mil m² de área construída.
O projeto está em fase de conclusão e deve ser enviado à prefeitura no final de outubro. Depois de aprovado, a estimativa é de dois anos até a inauguração. "É um fenômeno, o país despertou para os outlets, que além de atrair o público tradicional das grandes marcas, tornam-nas acessíveis às pessoas de menor poder aquisitivo", diz o empresário Joel Malucelli.
O segundo empreendimento, confirmado pelo grupo Tacla, deve ter cerca de 120 lojas, ainda sem previsão de lançamento. A primeira aposta do grupo no segmento é o Outlet Premium Porto Belo, às margens da BR-101, em Santa Catarina, com previsão de inauguração para 2016. O complexo, projetado por especialistas norte-americanos, deve abrigar 125 lojas, dois restaurantes e 12 opções de fast-food. Os espaços já estão sendo comercializados.
"Nosso desafio é dimensionar o tamanho desse mercado, já que é limitado não pelo consumidor, mas pela capacidade de o varejo abastecer com seu estoque para não frustrar o cliente", diz Aníbal Tacla, diretor do grupo.
Custo
Segundo Cutait, o investimento necessário para a construção de um outlet fica entre R$ 80 milhões e R$ 120 milhões.
"É preciso conciliar o baixo custo de operação à localização de fácil acesso, mas a uma distância adequada dos shoppings, já que os outlets devem ser encarados como ofertas complementares e não concorrentes."