Consumo
Para não repetir erros do passado, segunda geração vai aliar lazer e comodidade
O insucesso do segmento nos anos 90 no Brasil se deu devido a uma série de fatores, como o cenário econômico desfavorável, no qual os fabricantes não produziam estoque excedente, a ausência de marcas estrangeiras e o alto custo de operações. "Os outlets da primeira geração não seguiram o modelo internacional, foram instalados em projetos arquitetônicos rudimentares, a oferta de marcas não era atraente e o mercado consumidor era menor", diz Michel Cutait, da Make it Work.
Agora, a proposta é aliar lazer e comodidade. "Como é um local mais afastado, precisamos oferecer um projeto paisagístico agradável e opções de lazer e entretenimento para que a ida ao outlet se torne um passeio para a família", explica o empresário Aníbal Tacla, que conta com o suporte de consultores americanos para seus projetos no Brasil.
Segundo ele, as preocupações para garantir o baixo custo vão desde o valor do terreno até o aproveitamento de ventilação e iluminação natural e captação de água da chuva, tudo para desonerar o lojista e viabilizar os preços baixos.
Pioneira
A General Shopping, uma das pioneiras no setor, possui três outlets em operação e um em construção. Segundo o diretor de marketing e varejo da companhia, Alexandre Dias, mais três devem ser inaugurados até 2016. "As marcas podem produzir em maior quantidade sabendo que há um canal para escoar o excedente. A participação das marcas estrangeiras é fundamental para criar essa cultura."
Depois de uma experiência mal sucedida nos anos 90, o mercado de outlets mais uma vez entra na mira de investidores. Grandes grupos do setor de shopping centers, como General Shopping, BR Malls e Iguatemi, apostam no segmento como uma alternativa ao competitivo mercado de shoppings e um aliado do varejo.
O Paraná deve entrar na onda, já com previsão de dois outlets na Região Metropolitana de Curitiba, dos grupos Tacla e J. Malucelli.
Com marcas famosas a preços atrativos e um custo de operação até 70% menor do que os shoppings tradicionais, a tendência norte-americana se consolida no Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o Brasil possui seis outlets em operação e mais quatro devem ser inaugurados até o final de 2015.
"Os investidores vislumbram novas oportunidades no mercado, principalmente em razão do crescimento do varejo, da alta competitividade entre shoppings tradicionais e do perfil do consumidor, que passou a dar valor a produtos de qualidade e continua buscando o melhor preço", diz Michel Cutait, especialista em shopping center e varejo, e diretor executivo da empresa de consultoria Make it Work.
Projetos
A capital paranaense deve ganhar dois outlets nos próximos anos, um em São José dos Pinhais e outro em Campo Largo. O primeiro, do grupo J. Malucelli, ficará no encontro da BR-277 com o Contorno Leste e terá 25 mil m² de área construída.
O projeto está em fase de conclusão e deve ser enviado à prefeitura no final de outubro. Depois de aprovado, a estimativa é de dois anos até a inauguração. "É um fenômeno, o país despertou para os outlets, que além de atrair o público tradicional das grandes marcas, tornam-nas acessíveis às pessoas de menor poder aquisitivo", diz o empresário Joel Malucelli.
O segundo empreendimento, confirmado pelo grupo Tacla, deve ter cerca de 120 lojas, ainda sem previsão de lançamento. A primeira aposta do grupo no segmento é o Outlet Premium Porto Belo, às margens da BR-101, em Santa Catarina, com previsão de inauguração para 2016. O complexo, projetado por especialistas norte-americanos, deve abrigar 125 lojas, dois restaurantes e 12 opções de fast-food. Os espaços já estão sendo comercializados.
"Nosso desafio é dimensionar o tamanho desse mercado, já que é limitado não pelo consumidor, mas pela capacidade de o varejo abastecer com seu estoque para não frustrar o cliente", diz Aníbal Tacla, diretor do grupo.
Custo
Segundo Cutait, o investimento necessário para a construção de um outlet fica entre R$ 80 milhões e R$ 120 milhões.
"É preciso conciliar o baixo custo de operação à localização de fácil acesso, mas a uma distância adequada dos shoppings, já que os outlets devem ser encarados como ofertas complementares e não concorrentes."
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