O Wal-Mart aderiu à onda verde. A partir do próximo ano, a varejista norte-americana começa a deslanchar no mercado brasileiro um novo conceito de loja, que está sendo testado nos Estados Unidos e engloba técnicas de construção, materiais e tecnologias alternativas. O objetivo é reduzir o impacto das suas operações sobre o meio ambiente.
O presidente da companhia no Brasil, Vicente Trius, conta que a primeira loja nesse conceito, com 1,5 mil metros quadrados, deve ser inaugurada no próximo ano em Salvador. Mas a idéia é de abrangência nacional. "Trata-se de um amplo programa, que vai incluir não apenas as lojas novas, mas também as já existentes, que serão reformadas", afirma. As lojas passarão a ter aproveitamento de água da chuva, e a matriz energética será substituída por fontes alternativas, como a eólica no Nordeste, e solar.
Entre as novidades está a implantação de 60% mais áreas verdes no entorno das lojas, a fim de reduzir o consumo com ar-condicionado, e as lâmpadas atuais serão substituídas pelos modelos T5 (fluorescentes e mais eficientes).
O grupo varejista traçou metas de sustentabilidade para os próximos cinco anos que incluem a adoção dos princípios da construção sustentável. Uma delas prevê a redução de 30% no consumo de energia elétrica em todas as lojas da rede até 2020. A empresa já vem testando algumas novidades em algumas lojas da rede brasileira desde o ano passado, como mudanças no layout para aproveitar melhor a iluminação natural, com a utilização de vidros na cobertura.
Em três lojas do hipermercado Bompreço no Nordeste já foram testadas energias alternativas queima de bagaço de cana e eletricidade proveniente de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). Nessas unidades, o consumo de energia foi reduzido em 15%.
Nos Estados Unidos, o grupo inaugurou em 2005 duas lojas-referência em construção sustentável: em McKinney (Texas) e Aurora (Colorado). Entre as metas globais estão reduzir em 25% a quantidade de resíduos sólidos até 2010 e ter 20% dos itens compostos por produtos sustentáveis.
Trius calcula que o custo de uma loja nova no Brasil com o novo conceito deva ficar entre R$ 800 milhões e R$ 1 milhão mais caro.
Segundo o executivo, a estratégia da empresa para o desenvolvimento sustentável inclui também outras ações futuras, como a neutralização do carbono. "A sustentabilidade é um caminho sem retorno", diz. Segundo ele, a empresa apóia também 30 projetos de geração de renda para comunidades carentes, com investimentos de R$ 7 milhões no ano passado. Desse total, R$ 850 mil foram aplicados no Paraná. (CR)