Lotéricas, internet e farmácias são alternativas para greve nos bancos

Com o anúncio da previsão de mais uma greve dos bancários, programada para começar na próxima terça-feira (18) em diversas cidades do país e inclusive em Curitiba, as lotéricas, o internet banking e as farmácias são as alternativas para o pagamento de contas e a realização de saques. A retirada de dinheiro é apenas para bancos conveniados, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. Porém, o melhor conselho é antecipar todas as transações bancárias e tentar evitar o transtorno do banco fechado.

Fábio Lopes Soares, membro da Comissão de Direito e Relações de Consumo da OAB , avalia que a melhor solução para os consumidores é antecipar os pagamentos, se possível. Para quem não conseguir adiantar, Soares indica canais alternativos de atendimento, como caixas eletrônicos, internet e até o serviço telefônico. Esses mecanismos podem evitar multas e outros problemas. Os pagamentos também podem ser feitos em farmácias e lotéricas - mas, neste caso, é preciso atenção, pois esses estabelecimentos podem ter filas.

O Procon do Paraná alerta que a greve dos bancários, na teoria, não deve prejudicar o atendimento ao público. O órgão de defesa de consumidor orienta ainda que se algum consumidor tiver qualquer prejuízo, deve formalizar uma reclamação (veja ao lado como fazer). A coordenadora do órgão, Cláudia Silvano, diz que os clientes devem buscar formas de se defender. "Existem formas alternativas de pagamentos e elas devem ser procuradas pelos consumidores. Mas, se houve uma operação que só pode ser feita na agência que causou prejuízo, o consumidor deve procurar por seus direitos", diz.

Caso o cliente tenha um boleto que pode ser pago apenas em um determinado banco e este esteja fechado, a orientação de Soares é entrar em contato com a empresa que emitiu o boleto, para saber como proceder. Ele aconselha ainda, para pessoas que sejam eventualmente prejudicadas, é procurar a ouvidoria dos bancos. "Hoje as instituições tem canais diretos que muitas vezes querem reparar algum possível dano. Em últimos casos, quando os serviços de comunicação com o cliente não funcionarem, é possível até mesmo entrar com uma ação indenizatória por danos, além do ressarcimento."

Serviços prejudicados

De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Otávio Dias, os caixas eletrônicos têm previsão de abastecimento normal. Os planos do sindicado, segundo ele, são de manter os postos de atendimento automático sem restrições durante a paralisação. "Nossa intenção é pressionar os bancos para conceder os benefícios pelos quais lutamos, não prejudicar os clientes", diz.

Dias fala que entre os serviços afetados pela paralisação que podem causar mais transtornos estão os relacionados à compensação de cheques e saques de quantias maiores que as permitidas em caixas eletrônicos.

Reivindicações

A pauta de reivindicações da categoria deste ano traz uma lista de reajuste salarial de 10,25%, que representa a perda da inflação mais um ganho real de 5%. Além disso, a classe quer que o piso da categoria tenha como base o salário mínimo do Dieese (R$ 2,4 mil) e participação dos lucros de três salários integrais, somados a um adional de R$ 4,9 mil. Outras reclamações são sobre rotatividade nas agências, terceirizações nos serviços, diminuição da jornada de trabalho de todos os funcionários para seis horas e mais segurança nos bancos.

Em nota, a Fenaban disse que "a proposta dos bancos está na mesa de negociações para ser debatida com o movimento sindical". A entidade alega que "confia no diálogo, que tem sido presente nas negociações de 2012, para alcançar os entendimentos necessários ao fechamento do acordo e renovação da convenção coletiva de trabalho entre bancos e bancários".

Farmácias

Outra alternativa para o pagamento de contas de água, luz e telefone são as farmácias. Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos, o consumidor pode fazer o pagamento dessas contas desde que seja somente em dinheiro.

De acordo com o presidente do sindicato, Edenir Zandoná, não são todos os estabelecimentos que possuem esse tipo de serviço, por isso o consumidor deve buscar informações com a loja. "É preciso que o cliente pergunte ao funcionário da farmácia se o local faz esse tipo de pagamento", explicou.