Impulsionada pelo melhor desempenho das exportações, a BRF obteve um lucro líquido de R$ 208,4 milhões no segundo trimestre deste ano, um crescimento de mais de 3.000% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o lucro foi de R$ 6,4 milhões.
A empresa foi criada a partir da associação entre a Sadia e a Perdigão. O resultado do ano passado foi afetado pelas obrigações feitas pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para permitir a fusão. Isso ajuda a explicar a alta tão relevante do lucro neste ano.
Apesar de positivo, o desempenho no segundo trimestre veio abaixo das estimativas de mercado, que apontavam em média lucro líquido de R$ 360 milhões.
A receita líquida da BRF cresceu 10% na comparação com o mesmo período de 2012, para R$ 7,252 bilhões. Esse incremento se deve, principalmente, ao desempenho da divisão mercado externo, que considera as exportações da companhia a partir do Brasil e as operações no exterior.
Maior exportadora de carne de frango e suína do Brasil, a BRF foi beneficiada pela valorização do dólar diante do real e pela redução dos custos das grãos usados na ração animal. No segundo trimestre, a receita líquida da BRF no mercado externo totalizou R$ 3,424 bilhões, crescimento de 19% sobre o mesmo período do ano passado.
Desafiador
Apesar do momento mais favorável para as exportações, a empresa ainda teve de lidar com um cenário "desafiador" no mercado brasileiro, com a inflação de alimentos elevada. Também pesava contra a BRF a comparação com o segundo trimestre do ano passado, quando a empresa ainda contava com os ativos de dez fábricas de alimentos processados, oito centros de distribuição, e algumas marcas, entres outros que vendeu para a Marfrig por determinação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
"O desafio da BRF no mercado interno no segundo trimestre foi mitigar os efeitos do consumo retraído e da venda dos ativos e suspensão de marcas", afirma a empresa, em balanço do segundo trimestre de 2013 publicado hoje. Apesar disso, a receita líquida da BRF no mercado interno cresceu 3% no segundo trimestre deste ano, para R$ 4,101 bilhões.
No segundo trimestre, o lucro, antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da BRF totalizou R$ 801 milhões, alta de 55% na comparação com os R$ 515 milhões apurados no segundo trimestre o ano passado. Já a margem Ebitda da companhia passou de 7,5% no segundo trimestre de 2012 para 10,6% no trimestre encerrado em junho deste ano.
No fim do segundo trimestre, a BRF tinha uma dívida líquida de R$ 7,423 bilhões, ante R$ 7,152 registrados no fim de março. O índice de alavancagem da companhia (relação entre dívida líquida e Ebitda) caiu de 2,38 vezes no primeiro trimestre de 2013 para 2,22 vezes no fim de junho deste ano.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast