A maior operadora de TV a cabo do país, Net Serviços, anunciou nesta terça-feira que o lucro líquido saltou mais que duas vezes no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, impulsionado por aumento de vendas.
A companhia teve lucro líquido de janeiro a março de 82 milhões de reais, um salto de 140 por cento ante resultado positivo de 34 milhões de reais um ano antes.
A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) encerrou o trimestre em 284 milhões de reais, avançando 26 por cento sobre os primeiros três meses de 2008. A margem, porém, caiu de 27 para 26 por cento.
A base de unidades geradoras de receitas, como a empresa se refere à venda de mais de um serviço para um mesmo assinante, como TV por assinatura, acesso à Internet ou telefonia, cresceu 57 por cento, para 8.813 mil no período. Enquanto isso, o faturamento cresceu 30 por cento, para 1,082 bilhão de reais.
O número de clientes de TV paga subiu 31 por cento, para 3,35 milhões, de banda larga saltou 54 por cento, a 2,45 milhões, e de telefonia, serviço oferecido mais recentemente, saltou 154 por cento, para 2 milhões.
A receita média por assinante (Arpu) ficou praticamente estável, em cerca de 133 reais.
"O desempenho da companhia continuou alinhado com sua estratégia de crescimento acelerado, mesmo com a desaceleração da atividade econômica no Brasil. Pesquisas mostram que em períodos de retração da economia, entretenimento, comunicação e informação no domicílio ganham mais valor, o que pode gerar maior atratividade aos produtos oferecidos pela companhia", informa a Net em seu balanço.
A empresa incorporou a seus números do período a operadora BIGTV, o que gerou um efeito diluidor na receita média por usuário. Não fosse isso, o Arpu teria sido de 134,02 reais, aumento de 0,7 por cento em comparação com primeiro trimestre de 2008.
Os custos operacionais somaram 515,9 milhões de reais no trimestre, alta de 31 por cento, ficando estável como percentual da receita liquida em 47,7 por cento.
Mas os efeitos da crise acabaram se manifestando na linha de provisão para devedores duvidosos, que disparou 43 por cento em relação ao primeiro trimestre do ano passado, para 16,9 milhões de reais, impulsionada também pelo crescimento da base de clientes.
Apesar do forte crescimento, a empresa fez uma ressalva: "Considerando-se o atual cenário da economia e o forte ritmo de crescimento da companhia, esse baixo nível de inadimplência demonstra que até o momento a política de crédito, a qualidade da carteira de clientes e a régua de cobrança e desconexão estão sendo bem monitoradas".
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