Rio – Maior empresa brasileira, a estatal Petrobrás registrou lucro líquido de R$ 20,719 bilhões nos nove primeiros meses de 2006, crescimento de 33% em relação ao resultado obtido no mesmo período de 2005 (R$ 15,583 bilhões). Foi o melhor desempenho da história da companhia para o período.

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No terceiro trimestre, o lucro cresceu 26% em relação ao mesmo período de 2005. Passou de R$ 5,632 bilhões para R$ 7,085 bilhões. O maior lucro trimestral da empresa, porém, foi obtido no quarto trimestre de 2005 – R$ 8,142 bilhões.

Para o diretor financeiro da companhia, Almir Barbassa, o crescimento da produção de petróleo, o aumento dos preços médios dos produtos e o maior uso da capacidade das refinarias da estatal explicam o incremento do lucro. Já o faturamento da estatal de janeiro a setembro saltou 20% e atingiu R$ 117,198 bilhões.

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A produção de petróleo de janeiro a setembro cresceu 6%. Passou de uma média de 1,667 milhão de barris/dia em igual período de 2005 para 1,763 milhão. O motivo, diz Barbassa, foi a entrada em operação de quatro novas plataformas – duas delas (P-43 e P-48) já atingiram capacidade máxima.

A Petrobrás produziu, em média, 1,779 milhão de barris/ dia no terceiro trimestre deste ano – 3% a mais do que no mesmo período de 2005. Os dados mostram que no período o país não havia ainda batido a alardeada meta de auto-suficiência, já que o consumo é de pouco mais de 1,8 milhão de barris/dia. Hoje, a Petrobrás já produz no Brasil 1,9 milhão de barris/dia, o que já supre o consumo. Em dezembro, a média será de 1,910 milhão de barris/dia. Na média anual, a produção ficará próxima de 1,8 milhão de barris/dia – 96% do previsto e insuficiente para cobrir a demanda de derivados.

Os dados do trimestre mostram ainda que a estatal manteve os preços defasados ante as cotações internacionais – a diferença em relação ao Brent era de US$ 10,8 por barril.

Ainda assim, a expansão da produção garantiu lucro maior. Outro fator foi o incremento de 3% na produção de derivados, o que elevou a capacidade de utilização da refinarias para 90%.

Pelos dados do balanço, houve alta de 2% nas vendas de derivados, que só não foi maior por causa do fraco desempenho do setor agrícola (diesel).

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Neste ano, a Petrobrás não vai alcançar a meta projetada de superávit de US$ 3 bilhões em razão de atrasos na produção de plataformas. A nova estimativa aponta um saldo positivo de US$ 500 milhões a US$ 1 bilhão. Até setembro, estava em US$ 152 milhões – no mesmo período de 2005, o saldo era negativo em US$ 324 milhões.

A empresa minimizou a elevação do imposto sobre o gás boliviano – desde maio, paga imposto de 82% sobre a produção, o que gerou um aumento de custo estimado em R$ 18 milhões. "Claro que houve um impacto, mas ele não é relevante", disse o diretor.