A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) encerrou 2010 com lucro líquido de R$ 135,5 mi­­lhões, o que representou uma queda de 1,7% sobre o ano anterior. O resultado, segundo informou a empresa em seu balanço, reflete a política de não reajustar tarifas, que vigorou nos últimos seis anos. Com a troca de governo, no entanto, a companhia de saneamento rompeu com a estratégia e já anunciou reajuste de 16% na sua tarifa a partir de 4 de abril.

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A receita operacional líquida da Sanepar alcançou R$ 1,48 bilhão em 2010, 6,5% a mais que em 2009. As despesas totalizaram R$ 902,3 milhões, já descontadas as depreciações e amortizações, o que significou um aumento de 13,4% na comparação anual. A geração de caixa, medida pelo ebitda (lucro antes de juros,impostos, depreciações e amortizações), caiu 2,6%, para R$ 578 milhões.

A empresa – que é controlada pelo governo estadual, com 60% do capital votante – informou que investiu R$ 397,2 milhões em 2010, principalmente na coleta e tratamento de esgoto. O aporte de recursos foi 26,9% superior ao do exercício anterior.

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Com atuação em 344 municípios no estado, a Sanepar atendeu 9,2 milhões de habitantes na rede de água e 5,76 milhões com esgoto tratado em 2010. Os ativos da companhia atingiram R$ 5,3 bilhões em 2010 e o patrimônio líquido en­­­­cerrou o exercício em R$ 2,2 bilhões. A taxa de rentabilidade so­­bre o patrimônio líquido foi de 6,4%, inferior à obtida em 2009 (6,9%), em razão da queda do lucro líquido.

A empresa tem 52,5% do seu capital total nas mãos do governo paranaense. O consórcio Dominó – formado por Copel, Andrade Gutierrez Concessões e Daleth Participações – tem 39,7%. Do total de ações, 12,8% são negociadas na BM&F Bovespa.

O reajuste da tarifa, previsto a partir do próximo mês, deve ter impacto positivo no caixa da empresa a partir do segundo trimestre. Apenas com a alta da tarifa social, destinada a famílias de baixa renda, o incremento será de R$ 2,34 milhões ao ano. Hoje fixada em R$ 5 para famílias com renda de até dois salários mínimos e consumo de água até dez metros cúbicos por mês, a conta da tarifa social passará a custar R$ 5,80. Em 2010, 199 mil famílias foram beneficiadas pelo programa, que recebeu investimentos de R$ 39,1 milhões.