Nem mesmo a alta do preço do minério de ferro e o crescimento das vendas do produto pouparam a Vale da queda de 8,6% no lucro líquido da companhia no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2009.
A mineradora, segundo maior grupo do país, lucrou R$ 2,879 bilhões de janeiro a março. Ante o quarto trimestre, o ganho cresceu 6,3%.
O desempenho da Vale foi afetado principalmente pela greve em suas minas no Canadá (adquiridas em 2006 da Inco), que se arrasta desde setembro. A paralisação provocou um corte de cerca de 50% na extração de cobre e níquel.
Também prejudicaram o resultado, disse a companhia em seu balanço, a estação chuvosa no Brasil e problemas em terminais marítimos, que afetaram as exportações de ferro.
Tais efeitos se somaram à perda contábil com operações com derivativos de R$ 400 milhões, quase anulando o ganho de R$ 447 milhões com esse contrato no quarto trimestre.
A desvalorização do real no primeiro trimestre também trouxe um impacto negativo para o lucro da companhia, de R$ 157 milhões no período.
Todos esses fatores combinados impediram que a Vale se beneficiasse da expansão de 43% na produção de minério de ferro no trimestre, quando o mercado voltou ao pré-crise.
Com a maior produção e um preço mais alto do minério vendido à China, o faturamento da Vale somou R$ 13 bilhões no trimestre -alta de 8,1% ante os três últimos meses de 2009.
Mas a Vale se mostrou otimista quanto ao futuro. Disse no balanço que haverá "pouca oferta adicional de minério de ferro" em 2010 e 2011 o que tende a pressionar o preço.
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