A Vale registrou lucro líquido de R$ 11,291 bilhões no primeiro trimestre deste ano, um crescimento de 292,2% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foi de R$ 2,879 bilhões, no padrão contábil IFRS. A receita líquida cresceu 82,67% para R$ 22,985 bilhões, ante R$ 12,583 bilhões no primeiro trimestre de 2010.
A geração de caixa medida pelo Ebitda subiu 188,2%, para R$ 15 517 bilhões, ante R$ 5,385 bilhões no primeiro trimestre do ano passado. O resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 268 milhões, contra despesa de R$ 1,337 bilhão no primeiro trimestre de 2010.
No padrão contábil norte-americano (US GAAP), a Vale obteve lucro líquido de US$ 6,826 bilhões no primeiro trimestre de 2011 o que representa crescimento de 325,6% ante o mesmo período do ano passado. A receita líquida dobrou, para US$ 13,213 bilhões, de US$ 6,604 bilhões no primeiro trimestre de 2010. Já a geração de caixa medida pelo Ebitda subiu 221,4% no critério ajustado (excluindo variações monetárias e equivalência patrimonial de coligadas, entre outros) para US$ 9,176 bilhões, ante US$ 2,855 bilhões no mesmo intervalo do ano passado.
No primeiro trimestre deste ano, a Vale continuou a se beneficiar do novo sistema trimestral de preços do minério de ferro. Foi o quarto trimestre em que os preços contratuais do minério foram reajustados no novo modelo, que entrou em vigor em 1º de abril do ano passado. No fim de fevereiro, o diretor de Marketing, Vendas e Estratégia da Vale, José Carlos Martins, informou que os preços contratuais do minério no primeiro trimestre ficaram 15% acima dos registrados no quarto trimestre de 2010.
O cenário de aperto entre oferta e demanda da matéria-prima vem se refletindo nos preços à vista (spot) no mercado chinês. O cálculo do reajuste que vigorou no período de janeiro a março de 2011 foi feito a partir da média das cotações do mercado spot da China de setembro a novembro de 2010, levando-se em conta fatores como qualidade do minério e frete. Desde a adoção do novo sistema, o único reajuste negativo foi o fechado para o quarto trimestre de 2010.
No primeiro trimestre, as atenções do mercado se voltaram não só ao preço do minério e de outras commodities em que a Vale atua e ao desempenho operacional da companhia, mas também aos rumores e especulações a respeito da substituição de Roger Agnelli no cargo de diretor-presidente da companhia. O desfecho da história ocorreu no dia 4 de abril, quando os acionistas controladores da Valepar - Litel, Bradespar, BNDESPar, Mitsui e Elétron - indicaram Murilo Pinto de Oliveira Ferreira para o cargo de diretor-presidente da companhia, a partir de 22 de maio, quando termina o mandato de Agnelli.