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Capital aberto

Lucro de empresas do Paraná sobe só 2% em 2011

Fábrica da Bematech, em SJP, está sendo ampliada para aumentar produção em 43% | Felipe Rosa/ Gazeta do Povo
Fábrica da Bematech, em SJP, está sendo ampliada para aumentar produção em 43% (Foto: Felipe Rosa/ Gazeta do Povo)

O conjunto das empresas paranaenses de capital aberto apresentou um crescimento tímido em 2011. Somados, os resultados líquidos de Positivo Informática, Bematech, Providência, Copel e América Latina Logística (ALL) avançaram apenas 2,11% em relação ao ano anterior.

O fraco desempenho foi puxado principalmente pelos resultados de Positivo e Bematech. A primeira enfrentou um ano difícil, com a conquista de menos contratos com o governo. E a segunda ainda se recupera da fase de aquisições de empresas menores. Ainda assim, dificuldades com as margens de lucro foram comuns para todas as companhias no período.

E o resultado seria ainda pior se descontada a influência da Copel no balanço. Sozinha, a operação da estatal paranaense de energia corresponde a quase cinco vezes a soma de todas as outras empresas. Sem os números da Copel, o conjunto das empresas restantes teria visto uma queda de 34,8% em seus lucros. Já a receita líquida destas companhias teria subido apenas 3,5%.

O fato é que, com margens apertadas e em um ano no qual a própria economia brasileira exibiu resultados medianos, as companhias paranaenses tiveram pouco espaço para se destacar.

"As quedas na bolsa foram generalizadas no ano passado e o desempenho das ações destas empresas foi, em parte, vinculado a isso. No quadro geral, as empresas paranaenses, mesmo sendo de áreas diversas, acabaram fechando o ano com números não tão positivos, além de quedas na Bovespa", afirmou Alessandro Helpa, sócio da Toro Investimentos.

Caso a caso

É certo que o movimento das empresas paranaenses de capital aberto acompanhou o próprio índice da bolsa, que desceu 18,1% no ano. No entanto, boa parte das companhias do estado teve resultados ainda piores que os do Ibovespa.

A Bematech teve as quedas mais acentuadas. Suas ações caíram 52,61% no período, chegando ao valor de R$ 3,91 no último pregão do ano passado. A queda foi causada por duas aquisições (leia mais nesta página). A companhia fechou o ano com R$ 42,4 milhões de prejuízo.

A Positivo Informática também teve uma queda acentuada no período. A empresa já vinha de maus resultados acumulados em 2010, quando viu uma desvalorização de 54,95% de seus papéis na Bovespa. Com a baixa consolidada no ano passado (de 38,48%), a ação da empresa passou a valer R$ 5,78.

A queda na cotação da ALL também foi significativa. Em 2011, o papel caiu 37,58%, chegando a R$ 9,30. A companhia, porém, já começou 2012 com fortes oscilações. Desde fevereiro, vem sendo levantada a possibilidade de a Cosan comprar uma participação relevante na companhia. Já em março, a ALL noticiou que poderá vender parte de sua operação na Argentina – a atividade no país não é bem vista pelo mercado e a noticia agradou parte dos investidores.

ALL: à espera de resultados neste ano

A ALL teve um ano movimentado em 2011. A companhia iniciou a operação de três novos negócios com atividades também ligadas à logística e em parceria com outras grandes organizações do país. Os resultados, porém, deverão ser sentidos só neste ano.

Em junho, criou a Rit­­mo, empresa de logística rodoviária, com o grupo paranaense Ouro Verde. No mês seguinte, a Brado Logística, uma associação com a Standard Logística para o setor de contêineres. Já em dezembro, lançou a Vetria, empresa de mineração que tem seu controle dividido com a Triunfo e a Vetorial Participações.

A diversificação das atividades é bem avaliada pelo mercado, que vê esforços da ALL em se tornar menos dependente do setor ferroviário, como lembra Felipe Rocha, analista da Omar Camargo. O modal carrega críticas pelo seu alto nível de regulação do governo.

Na outra ponta, a baixa margem de lucro obtida em 2011 (7,72%) pode afastar novos investidores, segundo avalia Alessandro Helpa, sócio da Toro Investimentos. A margem é reflexo do envidamento da empresa (que saltou 26,5% em 2011, chegando a R$ 3,53 bilhões), segundo o diretor de Relações com Investidores da companhia, Rodrigo Campos.

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