Inadimplência de lojistas, descontos na locação dos pontos e provisões de perdas com calotes derrubaram os lucros das cinco maiores companhias do setor de shopping centers no País. Juntas, BR Malls, Multiplan, Iguatemi, Aliansce e Sonae Sierra Brasil registraram lucro líquido de R$ 204,6 milhões no segundo trimestre do ano, queda de 15% na comparação com o mesmo período de 2015.
Líder do setor, com participação em 45 shoppings, a BR Malls viu seus ganhos encolherem 31%, para R$ 63,1 milhões. Pela primeira vez na história da companhia, houve retração nas vendas nas mesmas lojas - que caíram 1,7% no segundo trimestre -, o que levou a empresa a dar descontos nos aluguéis cobrados dos lojistas. As negociações envolveram diminuição do aluguel por três meses, mas sem alterar os contratos, que continuam com cláusula de reajustes anuais baseados na inflação.
“Esse era o momento de dar mais desconto para o lojista continuar no shopping. Mantivemos a ocupação. A estratégia do desconto está correta”, avaliou o diretor financeiro e de relações com investidores, Frederico Villa, em teleconferência com investidores e analistas.
A Iguatemi - dona de 17 shoppings - também adotou estratégia semelhante e vem trabalhando com descontos com duração de três a seis meses, sujeitos a renovação. O lucro líquido da companhia diminuiu 27%, para R$ 34,3 milhões. Já as vendas nas mesmas lojas cresceram 3% no segundo trimestre, o melhor resultado de todo o setor no período. Apesar disso, a companhia é conservadora em suas estimativas.
O diretor presidente, Carlos Jereissati, espera manutenção do patamar de descontos até o fim do ano, sob a avaliação de que a melhora na economia nacional ainda é percebida apenas nos indicadores antecedentes, como taxas de juros futuros e projeções de inflação, e ainda não surtiu efeitos mais robustos nas operações.
Devolução
Com 19 shoppings no portfólio, a Aliansce tem aceitado devolução parcial das lojas, que são relocadas a novos comerciantes. Essas negociações estão concentradas nas lojas âncoras, como varejistas de vestuário e eletroeletrônicos, que ocupam espaços maiores.
“O resultado é uma melhoria do mix (de lojistas). E as âncoras têm obtido uma produtividade por metro quadrado mais alta”, explicou Eduardo Prado, diretor de relações com investidores da companhia, que lucrou R$ 7,7 milhões no segundo trimestre, queda de 25%.
Para fazer frente a possíveis calotes, a empresa aumentou em 130% a sua provisão para devedores duvidosos (PDD), que atingiu R$ 9,4 milhões no segundo trimestre. Até o fim do ano, no entanto, o executivo afirmou que espera uma diminuição lenta da inadimplência.
A Sonae Sierra Brasil - dona de nove empreendimentos - realizou uma ampla negociação com lojistas para acerto dos pagamentos atrasados, e os novos prazos estão sendo cumpridos, segundo o diretor de Operação, Waldir Chao. A companhia também teve o balanço afetado pela inadimplência, que saltou de 4,2%, no primeiro trimestre, para 6,9%, no segundo trimestre.
“Nosso sentimento é de que o pior já ficou pra trás. Devemos ver estabilidade e até mesmo queda na PDD daqui para frente”, estimou Chao. O lucro líquido da companhia atingiu R$ 55,62 milhões, queda de 45,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
A exceção do setor ficou por conta da Multiplan, única a expandir o lucro no período. O seu resultado líquido chegou a R$ 99,2 milhões, leve alta de 2%. As maiores despesas com PDDs foram compensadas pelo faturamento maior com estacionamento e serviços. As vendas nas mesmas lojas cresceram 2,3% no segundo trimestre, mostrando aceleração ante o primeiro trimestre (+1,6%).
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