O Banco do Brasil fechou o quarto trimestre com uma queda de 3,7 por cento no lucro líquido na comparação anual. Mas, em termos recorrentes, a instituição teve resultado acima do esperado pelo mercado, com um crescimento da carteira de crédito de quase 20 por cento no período.
Para 2011, a instituição estima um crescimento mais lento na carteira, entre 17 e 20 por cento.
"O ritmo de crescimento (da atividade econômica do país) observado até o terceiro trimestre não deu sinais de arrefecimento nos últimos meses do ano (...) os indicadores da demanda doméstica, já conhecidos, não revelaram acomodação", afirma o banco no balanço.
A maior instituição financeira do país teve lucro líquido de 4,002 bilhões de reais nos três últimos meses do ano passado, ante resultado positivo no mesmo período de 2009 de 4,155 bilhões.
Desconsiderando efeitos extraordinários, o banco teve ganho de 3,7 bilhões de reais, mais que o dobro do 1,819 bilhão de reais obtido um ano antes. Uma média de previsões de oito analistas realizada pela Reuters estimava resultado positivo de 2,85 bilhões de reais para o quarto trimestre de 2010.
Em todo o ano passado, a instituição teve lucro líquido de 11,7 bilhões de reais, após 10,15 bilhões de reais em 2009.
Segundo o banco, o resultado recorrente foi apoiado em crescimento de receitas com tarifas, queda nas despesas com provisões para risco de crédito e "reavaliação atuarial de ativos e passivos da Previ-Plano I".
As despesas com provisão para créditos de liquidação duvidosa somaram 2,14 bilhões de reais, uma queda de 27,5 por cento sobre o quarto trimestre de 2009 e recuo de 19 por cento ante o terceiro trimestre de 2010. No ano, essa linha de despesa caiu 8,2 por cento.
Enquanto isso, o índice de inadimplência medido por operações de financiamento vencidas há mais de 90 dias foi de 2,3 por cento no trimestre encerrado em dezembro, comparado a 3,3 por cento no mesmo período de 2009 e 2,7 por cento entre julho e setembro do ano passado.
Carteira
A queda na inadimplência ocorreu junto com uma alta no nível de empréstimos do Banco do Brasil, cuja carteira de crédito cresceu 19 por cento entre o final de 2009 e 2010, para 358,4 bilhões de reais. O desempenho ficou dentro da projeção estimada pelo banco, de expansão entre 18 e 23 por cento.
Nos empréstimos concedidos pelo banco, destaca-se a alta de 32 por cento no financiamento de veículos, para 27,395 bilhões de reais. No geral, o crédito à pessoa física avançou 23,2 por cento sobre o final de 2009, enquanto à pessoa jurídica cresceu 19,5 por cento. Em agronegócios, a carteira cresceu 12,9 por cento, a 75 bilhões de reais.
O Banco do Brasil encerrou 2010 com ativos totais de 811,2 bilhões de reais, 14,5 por cento acima do apurado no ano anterior.
A rentabilidade recorrente sobre patrimônio líquido médio foi de 33,6 por cento no trimestre passado, avançando sobre os 22,5 por cento registrados um ano antes. No ano, o indicador foi de 24,6 por cento, ligeiramente acima da faixa prevista, de 21 a 24 por cento. Para 2011, o banco espera uma rentabilidade sobre o patrimônio também entre 21 e 24 por cento.
As receitas com prestação de serviço somaram 4,227 bilhões de reais nos três meses até dezembro, após 3,606 bilhões no mesmo período de 2009.
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