O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou nesta sexta-feira (14) lucro líquido de R$ 5,1 bilhões em 2008 até setembro. O valor é 29,7% menor que o do mesmo período de 2007, quando foi de R$ 7,2 bilhões. O maior responsável pelo lucro nos três primeiros trimestres deste ano foi o mercado acionário, antes da crise.
Houve alta de 63,9% do resultado com participações societárias, em relação a setembro de 2007. O valor subiu de R$ 3,6 bilhões nos primeiros nove meses de 2007 para R$ 5,9 bilhões em 2008 até setembro. O banco observa que mais de 80% deste resultado foi gerado no primeiro semestre. "O primeiro semestre deste ano estava muito bom no mercado. Tivemos desempenho muito bom em termos de alienação de participações", disse a chefe do Departamento de Contabilidade do banco, Vânia Borgerth.
A queda do lucro líquido deve-se principalmente a dois fatores. O primeiro é que a reversão de provisão para risco de crédito caiu de R$ 2,8 bilhões nos primeiros nove meses de 2007 para R$ 561 milhões este ano até setembro. O saldo de provisão para risco de crédito totalizou R$ 4,1 bilhões, equivalentes a 53,71 vezes o total de créditos inadimplentes. Vânia explicou que a provisão atende à regulamentação do BC e não a uma avaliação do BNDES sobre a inadimplência. Assim, o valor é mais do que suficiente para cobrir possíveis perdas.
O outro motivo para a diminuição do lucro foi a redução das receitas com intermediação financeira, que caiu de R$ 3,89 bilhões em 2007 para R$ 3,2 bilhões em 2008, antes de contabilizar a provisão para risco de crédito. A instituição explicou que a queda resulta de uma política de governo de cobrar menores spreads (diferença entre a taxa cobrada e o custo de captação dos recursos pelo banco) de remuneração para o banco que reduziu suas taxas básicas de 0 a 3% para de 0 a 1,8%.
O patrimônio líquido ficou em R$ 26,2 bilhões, correspondendo a um patrimônio de referência de R$ 44,1 bilhões, maior que os R$ 41,5 bilhões de 31 de dezembro de 2007. O patrimônio de referência é a base utilizada pelo Banco Central para estabelecer limites regulamentares. Ente eles, destacam-se os limites de operações com o setor público, de exposição cambial, de imobilização e de concessão de financiamentos por grupo econômico, o que é importante para grandes grupos tomadores de recursos, como a Petrobras. Por essa razão, quanto maior o patrimônio de referência, mais crédito o banco pode conceder.
Os ativos totais do Sistema BNDES somaram R$ 241,1 bilhões em 30 de setembro de 2008, apresentando crescimento de 18,9% em relação a dezembro do ano passado. Do ativo total, 78,8% é representado pela carteira líquida de financiamentos e repasses.
A inadimplência do banco caiu, de 0,11% da carteira em dezembro de 2007 para 0,04% em setembro de 2008. Já o crédito subiu de R$ 164,5 bilhões em dezembro para R$ 189,9 bilhões em setembro de 2008. Da carteira de financiamentos do banco, 97,5% dos créditos são classificados entre os níveis de risco AA e C, contra 92,5% observado na média do Sistema Financeiro Nacional, pela data de 30 de setembro, informa o banco.
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