| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O Bradesco, segundo maior banco privado do país, registou em 2015 um lucro líquido de R$ 17,180 bilhões, um crescimento de 13,9% em relação ao registrado no ano passado. Esse crescimento foi possível devido aos maiores ganhos proporcionado pela intermediação financeira, ou seja, pelo efeito dos juros mais elevados, uma vez que a carteira de crédito avançou apenas 4,2% no período – para 2016, a instituição prevê que o total de empréstimos cresça entre 1% e 5%.

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Ao considerar o desempenho apenas no quarto trimestre, o lucro do banco foi de R$ 4,353 bilhões, um crescimento de 9% em relação ao último trimestre de 2014. Já o lucro líquido ajustado anual, que desconsidera itens não-recorrentes, como utilização de créditos tributários ou incremento das reservas para lidar com os inadimplentes, foi de R$ 17,873 bilhões, uma alta de 16,4%.

O Bradesco foi o segundo banco a divulgar o balanço do ano passado. Na quarta-feira, o Santander anunciou que lucrou R$ 6,6 bilhões em 2015.

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Em meio a crise, que resultado em uma posição menos agressiva do sistema financeiro e uma menor demanda por operações de crédito, a carteira total de empréstimos do Bradesco cresceu apenas 4,2%, totalizando R$ 474,027 bilhões. O valor já inclui as operações com risco de crédito para o banco, como debêntures e avais e fianças.

A carteira destinada a pessoas físicas avançou 4,5%, chegando a R$ 147,749 e a destinada a empresa cresceu 4%, totalizando R$ 326,278 bilhões – tendo um crescimento mais expressivo no segmento de grandes empresas e recuo para as pequenas e médias empresas. Para 2016, o banco prevê um incremento entre 1% e 5%

Inadimplência

O Bradesco também já começou a sentir uma piora na qualidade de seu crédito. O índice de inadimplência (atrasos acima de 90 dias) chegou a 4,1% da carteira em dezembro, ante os 3,8% registrados em setembro e 3,6% um ano antes. O Bradesco justificou essa elevação como decorrente da menor ritmo de crescimento da carteira de crédito e da desaceleração da atividade econômica no país.

A maior elevação na inadimplência ocorreu no segmento destinado a pequenas e médias empresas. O índice chegou a 5,98%, ante 5,26% em setembro e 4,5% em dezembro de 2014. Também houve elevação dos atrasos entre as pessoas físicas, com a inadimplência atingindo 5,55%, ante 5,18% no trimestre anterior e 4,7% um ano antes.

O único recuo significativo de inadimplência ocorreu no segmento de grandes empresas, que passou de 0,84% em setembro de 2015 para 0,54% em dezembro.

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Para lidar com esse aumento da inadimplência, o Bradesco tem elevado os gastos com as provisões para devedores duvidosos, que é a reserva feita para lidar com eventuais calotes. Essa despesa totalizou no ano passado R$ 29,499 bilhões, um crescimento de 27,4%.