O Goldman Sachs informou nesta terça-feira que seu lucro no primeiro trimestre praticamente dobrou, ficando acima das expectativas do mercado, impulsionado por ganhos em operações de renda fixa.
Os resultados chegam quatro dias depois do banco nova-iorquino ter sido acusado de fraude pela Securities and Exchange norte-americana sobre a estruturação e venda de títulos atrelados a hipotecas de alto risco (subprime).
"Na luz dos eventos recentes envolvendo a empresa, valorizamos o apoio dos nossos clientes e acionistas e a dedicação e compromisso de nossos funcionários", disse o presidente-executivo, Lloyd Blankfein, em nota acompanhando o balanço.
O lucro líquido do banco ficou em 3,29 bilhões de dólares, ou 5,59 dólares por ação, contra 1,66 bilhões de dólares, ou 3,39 dólar por ação, um ano antes.
Analistas esperavam em média um lucro de 4,01 dólares por ação, segundo a Thomson Reuters I/B/E/S.
"Há uma dose de realidade pairando sobre os investidores quando eles se deparam com números como esses, não importa o que ocorreu nos últimos dias", disse Michael Holland, fundador da Holland & Co. "As pessoas que querem usar o Goldman para propósitos políticos podem estar colocando parte dos negócios em risco... mas no geral, o Goldman mostrou com esses números que é melhor dos melhores".
O Goldman ressurgiu como o banco mais influente de Wall Street depois da crise financeira, mas enfrentou retrocessos sobre seus pagamentos e práticas corporativas.
O banco separou 5,49 bilhões de dólares para compensação no primeiro trimestre, acima dos 4,71 bilhões de dólares vistos no mesmo período de 2009, ano em que teve lucros recordes.
O Goldman manteve seu bom momento de operações no primeiro trimestre, apresentando receita em renda fixa, commodities e moedas de 7,39 bilhões de dólares, contra 6,56 bilhões de dólares no ano anterior.
A receita líquida em banco de investimento foi de 1,18 bilhão de dólares, alta de 44 por cento ante um ano antes, mas 28 abaixo do último trimestre de 2009.