O prefeito de São Bernardo do Campo (SP), Luiz Marinho (PT), afirmou nesta quinta-feira (30) que, ao apoiar a escolha da empresa sueca Saab para o fornecimento de novos caças para a Força Aérea Brasileira (FAB), garantiu a construção de uma unidade na cidade.Marinho lembrou que na época o então ministro da Defesa, Nelson Jobim, não via com bons olhos a escolha do governo brasileiro pela Saab. "O então ministro da Defesa se referiu ao Gripen como um avião de papel", disse o petista.

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"A Saab, então, me procurou pedindo o meu apoio. E eu vi nisso uma oportunidade para trazer investimento para a região", disse o prefeito, que é ligado ao ex-presidente Lula. Marinho lembrou também que a cidade se destaca por estar próxima do Rodoanel e de outras rodovias.

O chefe da divisão de aeronáutica da companhia, Lennart Sindahl, confirmou que a escolha da cidade se deu ao bom ambiente político. Sindahl mencionou também o fato de as empresas suecas já estarem presentes em São Bernardo contribuiu na hora da decisão.

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A construção da nova unidade custará US$ 150 milhões para a empresa sueca e deve atrair novos investimentos para região. A fábrica ficará responsável pela produção de peças estruturais dos aviões. Segundo Marinho, a expectativa é que a nova unidade gere mil empregos.

Em dezembro de 2013, a Saab foi escolhida pelo governo para a produção de 36 caças Gripen NG para a FAB para o programa FX-2. O valor do contrato é de R$ 4,5 bilhões.

Entenda o caso

Em 2001, na gestão FHC, foi aberto o programa F-X para substituir os caças de interceptação da FAB (Força Aérea Brasileira). O Mirage-2000 francês, o Sukhoi-35 russo e o Gripen sueco disputavam a preferência. Após Lula assumir em 2003, o processo foi congelado e, depois, encerrado.

Foi reaberto como F-X2 para a compra de 36 novos caças supersônicos com capacidade múltipla (interceptação, combate e ataque a solo), 28 de um lugar e 8 de dois, para substituir gradualmente todos os modelos em operação (Mirage, F-5, AMX). Foram escolhidos o Gripen, o Rafale (França) e o F-18 (EUA). Os russos ficaram de fora.

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Em 2009, um relatório técnico da Força Aérea deu preferência ao Gripen, da Suécia. O ex-presidente Lula, contudo, chegou a anunciar que o Rafale havia vencido. Ele recuou depois e o processo parou novamente.Com a posse de Dilma em 2011, o processo foi retomado e o F-18 americano tornou-se favorito. Só que as denúncias de espionagem americana contra o governo do Brasil interromperam as negociações.