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Varejo

O que faz a Magazine Luiza ser a grande favorita para levar a Netshoes

Fachada de loja do Magazine Luiza, que deve adquirir a Netshoes
Fachada de loja do Magazine Luiza (Foto: Divulgação)

Uma das disputas mais acirradas no mercado de fusões e aquisições brasileiro deve chegar ao fim nesta sexta, quando acionistas da Netshoes, varejista online de material esportivo, se reúnem para avaliar a proposta apresentada nesta quinta pelo Magazine Luiza, que prevê o pagamento de US$ 3,70 por ação, 85% a mais desde a primeira oferta apresentada em abril. O negócio está avaliado em US$ 114,9 milhões.

Magazine Luiza e Centauro alternaram propostas desde o final de abril. E quem deve levar a melhor é a primeira. A diretoria avaliou a nova oferta feita pela Magalu e recomendou que os acionistas a aprovassem.

Segundo documento encaminhado pela Netshoes à SEC (o equivalente americano da CVM), cinco fatores favorecem a operação: o aumento no valor da oferta; a grande certeza de que fusão com o Magazine Luiza estará concretizada até o dia 19; a prévia aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que regula a concorrência no Brasil; que qualquer potencial transação com a Centauro exigirá uma nova assembleia de acionistas e uma análise do Cade e a delicada situação financeira da Netshoes. Ainda nesta sexta-feira (14), a Netshoes disse, em comunicado, que não terá tempo para avaliar a última proposta da Centauro.

A empresa tem mais de R$ 1,2 bilhão em perdas acumuladas e o patrimônio líquido (diferença entre o que a empresa tem e o que deve a terceiros) está encolhendo rapidamente. No primeiro trimestre, ele caiu 42,6%, de R$ 156,5 milhões para R$ 90,2 milhões.

O motivo é o prejuízo de R$ 66,9 milhões, que foi impulsionado pela queda de 9,3% nas vendas no comparativo entre os três primeiros meses de 2018 e 2019 e o aumento de 33,4% nas despesas financeiras.

“Apreciar a proposta da Centauro poderia complicar a vida da Netshoes, que está com o seu caixa pressionado”, diz William Teixeira, analista da Messem Investimentos.

Outro trunfo que favorece o Magazine Luiza, segundo o analista Vinícius Andrade, da Toro Investimentos, é a situação financeira confortável, o que facilita a aquisição. No primeiro trimestre, a varejista teve um faturamento de R$ 4,33 bilhões, 19,8% a mais do que no mesmo período de 2018. O lucro foi de R$ 132,1 milhões, 10,4% a menos do que nos três primeiros meses do ano passado.

Andrade aponta que, concretizada a operação, o Magazine Luiza se consolidaria como o mais importante player do varejo brasileiro e entraria com força no e-commerce de material esportivo, onde só opera via marketplace.

“É uma aquisição que sai a um custo mais barato e é mais ágil em termos de retorno caso a empresa resolvesse investir do zero no setor.”

Analistas ouvidos pela Gazeta do Povo apontam que a Netshoes oferece uma série de vantagens competitivas: uma base com 6 milhões de clientes ativos, com uma série de informações relevantes, como perfil de compras e formas de pagamento; uma marca forte e um grande expertise no e-commerce.

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