Lula e europeus afirmam, no entanto, que acordo deve ser concretizado até o final do ano. Uma nova negociação será marcada para agosto.| Foto: Olivier Matthys/EFE
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, confirmaram nesta terça (18) que o acordo comercial entre o Mercosul e os europeus não será fechado agora durante a 3ª Cúpula Celac-UE, realizado desde segunda (17) em Bruxelas, na Bélgica.

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A expectativa, no entanto, é de que a parceria entre os dois blocos econômicos seja concluída até o final do ano, e uma reunião entre representantes está sendo negociada para o mês de agosto para “discutir pontos pendentes”. Nesta semana, o governo brasileiro encaminhou à Argentina, Paraguai e Uruguai a proposta da carta de resposta que será enviada aos europeus sobre as novas exigências principalmente ambientais feitas pelos parlamentos dos países do bloco.

“Nós concluímos a pauta do Mercosul, já enviamos para os presidentes [a carta] aos presidentes, ela não vai ser discutida aqui [em Bruxelas] porque não é a Celac que tem que fazer o acordo, é só o Mercosul”, disse Lula na live semanal Conversa com o Presidente, transmitida nesta terça (18).

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A declaração de Lula foi confirmada por Borrel, que disse que “pela primeira vez, na mesa tinha os dois textos: a proposta do lado europeu e a contraproposta do lado latino-americano quanto às questões ambientais”.

“Não haverá um avanço, mas há um claro desejo de continuar trabalhando com base nas duas propostas. Tenho certeza que, até o fim do ano, podemos chegar a um acordo”, disse o representante dos europeus.

Acordo divide opiniões entre países europeus

A finalização do acordo, no entanto, dividiu opiniões ao longo do primeiro dia da cúpula. Enquanto o chanceler alemão Olaf Scholz se disse convencido de que a parceria seria alcançada em breve em “pé de igualdade”, seu homólogo austríaco, Karl Nehammer, rejeitou aprovar o livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul.

“A nossa posição não mudou”, disse em referência à decisão do parlamento austríaco de 2019 que vetou o acordo. Ele afirmou, ainda, que há um “intenso debate” dentro da UE sobre o acordo e que seu governo “desconhece as propostas de mudança”.

Lula e Nehammer se reuniram nesta terça (18), em Bruxelas, segundo o Ministério das Relações Exteriores, para conversar sobre as relações bilaterais. Durante o encontro, o presidente brasileiro convidou o chanceler austríaco a visitar o país, mas ainda sem uma data prevista.

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O acordo de livre comércio entre os dois blocos é negociado há cerca de 20 anos e chegou a ser finalizado em 2019, ainda na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As discussões, no entanto, estão travadas desde que o bloco europeu fez uma série de novas exigências ambientais para que o acordo fosse chancelado.

As novas imposições não agradaram os países sul-americanos. Atual presidente do Mercosul, Lula chamou os novos requisitos de "ameaça" e "inaceitáveis".

Apelidadas de side letter, os termos europeus foram enviados ao Mercosul no início deste ano. Como a nova proposta não agradou os países do bloco, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai ficaram responsáveis por realizar um novo documento para negociação que levasse em conta as contestações da UE.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]