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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou com o presidente da Espanha, Pedro Sánchez, nesta sexta (3) por telefone, para tentar novamente destravar as negociações para finalizar o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, que se arrasta há mais de 20 anos.
A conversa em cima do acordo é a terceira desde que Lula assumiu o governo e que conta com a presidência rotativa de Sánchez no bloco europeu como um caminho para superar os entraves mais recentes colocados por alguns dos membros, principalmente relativos às questões climáticas e de compras governamentais.
“Falamos sobre o acordo entre Mercosul e União Europeia e de fazermos um esforço para concluir a negociação antes do fim das presidências do Brasil e da Espanha em cada bloco”, disse Lula que também preside temporariamente o Mercosul.
A possibilidade de destravar o acordo com os dois presidentes ocupando o comando dos blocos simultaneamente foi levantada na visita de Lula à Espanha em abril, quando teve a sinalização de que Sánchez daria um andamento mais célere às negociações. De lá para cá, o petista conversou novamente com o homólogo em julho, mas pouco avançou.
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Segundo informou o Palácio do Planalto, uma nova rodada de negociações entre o Mercosul e a União Europeia está marcada para a próxima semana, em que Lula deve reforçar o compromisso com a agenda ambiental e a necessidade de manter as compras do governo com empresas nacionais. Pelo acordo, o bloco deveria ter preferência por produtos de outros membros.
“Lula reafirmou também a posição de restringir, no acordo, o acesso a compras governamentais, particularmente em função da necessidade de reindustrialização do Brasil e demais países do bloco sul-americano”, disse o Planalto em nota sobre a conversa de Lula e Sánchez.
Já Sánchez respondeu que “como atual presidente do Conselho da União Europeia, a Espanha tem entre as suas prioridades alcançar o acordo UE-Mercosul o mais rapidamente possível”.
Lula mencionou, ainda, que levará à COP28 de Dubai uma proposta comum com os demais países do mundo que detém reservas de florestas tropicais.
Ainda de acordo com o Planalto, Sánchez “demonstrou concordância com a necessidade de acelerar a finalização do acordo” e que ele “deve se basear em uma relação de confiança mútua”. “Salientou, nesse sentido, a disposição demonstrada pela Comissão Europeia e se predispôs a manter novas conversas em alto nível com vistas a concluir o acordo com brevidade”, conclui o comunicado da presidência.
“Também abordamos a espiral de violência no Oriente Médio. Continuaremos trabalhando juntos, Brasil e Espanha, para aliviar o sofrimento da população civil e avançar para a realização de uma conferência internacional de paz que materializará a solução de dois Estados”, disse Sánchez sobre outro trecho da conversa com Lula, em que falaram sobre a guerra entre Israel e Hamas, que já vitimou mais de 9 mil pessoas.
Sánchez foi convidado por Lula para vir ao Brasil e, segundo o Planalto, aceitou o convite quando for possível.