O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (7), na Tanzânia, que os países em desenvolvimento devem se preocupar com uma possível pressão dos países ricos, no âmbito do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), para tabelar os preços das commodities, especialmente de minério.No encontro com empresários brasileiros e tanzanianos em um hotel da cidade de Dar es Salaam, Lula pregou união entre os países em desenvolvimento para evitar prejuízos nos fóruns internacionais.
"Eles vão tentar criar confusão com os países pobres que têm minério para exportar, porque eles querem controlar os preços. Agora, não querem que nós controlemos os preços dos produtos manufaturados que eles exportam. Se eles acreditassem realmente em livre mercado, nós teríamos feito o acordo da Rodada de Doha" afirmou o presidente.
No discurso, Lula aproveitou para citar a Vale, que participará de leilão de duas licitações para exploração de minas de carvão e fosfato, na Tanzânia. O presidente disse que os tanzanianos devem optar por empresa que contrate trabalhadores locais, numa crítica aos chineses que, segundo ele, levam trabalhadores da China para investimentos em outros países.
"Nada contra os meus amigos chineses. Pelo contrário, são grandes parceiros nossos e queremos manter a nossa parceria estratégica. Mas a verdade é que às vezes eles ganham uma mina e trazem [levam] todos os chineses para trabalhar naquela mina, e ficam sem gerar oportunidade de trabalho para os trabalhadores do país", disse Lula.
A título de exemplo, Lula citou o investimento de carvão no Gabão, no qual a Vale acabou preterida por uma mineradora da China, que não contratou trabalhadores locais. Na visita à Tanzânia, Lula assinou memorando de cooperação de estudos na área de etanol. A Petrobras e a estatal de petróleo da Tanzânia, TPDC, vão avaliar a inclusão de um porcentual de etanol na gasolina e no diesel. Lula embarca ainda nesta quarta-feira (7) para Lusaca, capital da Zâmbia.
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