O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a alfinetar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para baixar a taxa básica de juros do país. A cutucada ocorreu durante o anúncio de novas medidas de ajuda às empresas e ao agronegócio do Rio Grande do Sul, afetados pelas enchentes que atingem o estado há quase um mês.
“Eu espero que o presidente do Banco Central veja a nossa disposição de reduzir a taxa de juros [do BNDES] e ele, quem sabe, colabore conosco, reduzindo a taxa Selic para a gente poder emprestar a taxa de juros ainda mais barata”, afirmou Lula que rotineiramente personifica em Campos Neto as decisões referentes à taxa básica de juros.
Pela manhã, o governo lançou uma série de medidas que incluem três linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com juros menores e ampliação do prazo de carência. Para Lula, os juros poderiam ser ainda menores se Campos Neto tivesse a “disposição” de reduzir a Selic.
No entanto, como já ressaltado várias vezes por ele, a decisão de reduzir ou não a taxa básica de juros é de um colegiado de diretores do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu reduzir a Selic em 0,25 ponto percentual na última reunião, no começo do mês, a 10,5%. O corte foi menor do que o esperado pelo governo -- 0,50 ponto percentual -- e sinalizou uma preocupação com a condução da economia brasileira.
A decisão dos diretores foi apertada, com cinco votos de indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e quatro pelos indicados por Lula. Apesar da pouca diferença, o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, minimizou o corte menor do que o esperado e se deu por satisfeito com as explicações “técnicas e adequadas” para a decisão.
“Muito técnica e adequada a ata, em linha com o que eu de fato esperava. Entendi que eram duas posições técnicas, respeitáveis, e a ata deixou claro que os argumentos de lado a lado eram pertinentes e defensáveis. Foi bom”, pontuou Haddad na época.
Para ele, não há diferença entre os diretores indicados por um ou por outro presidente, e o mercado financeiro já entendeu isso. “Ela [a diferença] se dissipou com a ata, como nós prevíamos. Tinha mais rumor do que verdade, tá tudo tranquilo lá”, pontuou.
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