O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, na manhã desta terça (22), que as negociações comerciais entre o Brasil e a Argentina podem dispensar o uso do dólar e começarem a ser feitas com o Yuan, a moeda chinesa, já que o país vizinho enfrenta uma grave crise econômica que torna a divisa norte-americana praticamente inacessível.
A declaração foi dada durante a live semanal transmitida de Joanesburgo, na África do Sul, onde Lula participa da Cúpula dos Brics até quinta (24). A transmissão teve picos de cerca de três mil pessoas assistindo.
Lula voltou a afirmar que transações comerciais entre países específicos devem ser feitas em suas moedas locais ou outras de referência, que depois teriam suas cotações ajustadas pelos bancos centrais de cada nação. A alternativa vem sendo defendida desde o começo do ano, quando fez críticas à hegemonia do dólar nas transações internacionais.
De acordo com ele, já há conversas para que o comércio do Brasil com a Argentina, principal parceiro comercial na América Latina, adote uma nova referência monetária em vez do dólar.
“Agora mesmo, com a situação [de crise] da Argentina, o [Fernando] Haddad [ministro da Fazenda] está conversando e é possível a gente ajudar a Argentina tendo como moeda o Yuan, da China. [Pra] fazer uma coisa diferente, uma coisa mais serena, mais madura, menos pragmática como é (sic) as regras estabelecidas hoje que só favorecem o sistema financeiro”, disse Lula.
Para ele, os países – principalmente os emergentes – não devem ficar dependendo da flutuação do dólar, já que muitos deles sequer conseguem comprar a divisa. Este, disse, é um dos assuntos que serão discutidos na reunião do Brics na África do Sul.
Lula defendeu a entrada da Argentina no grupo dos Brics e disse que o empréstimo que o Fundo Monetário Internacional (FMI) concedeu ao país em 2018, de US$ 56,3 bilhões, foi aprovado apenas por conta da campanha eleitoral em que o ex-presidente Maurício Macri disputava a reeleição. Com a derrota, a dívida, segundo Lula, foi deixada para Alberto Fernández com regras que sufocam a economia como um cabresto.
“Eu defendo que os nossos irmãos da Argentina possam participar dos Brics, vamos ver na reunião [da cúpula] como é que fica, se vai ser agora ou daqui a um mês, dois meses. É muito importante a Argentina estar nos Brics, o Brasil não pode fazer política de desenvolvimento industrial sem lembrar que a Argentina é um país que tem que crescer junto com o Brasil”, completou enfatizando a mesma fala às outras nações vizinhas.
Militares e policial federal são presos por suposta tentativa de golpe de Estado e plano para matar Lula
Texto do Brasil é aprovado no G20; Milei se opõe à Agenda 2030 e a limite à liberdade de expressão
Decisão do STF que flexibiliza estabilidade de servidores adianta reforma administrativa
Enel quer renovar concessão de energia em São Paulo por mais 30 anos
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast