O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira que, além de alcançar a auto-suficiência na produção de petróleo, a Petrobras é uma fonte de conhecimento para o país.
- A Petrobras é uma empresa de formação e produção de conhecimento porque poucas empresas no mundo têm grau de competência de seu pessoal que tem a Petrobras. Agora, muito mais orgulho porque a auto-suficiência significa que somos donos do nosso nariz.
Na edição desta segunda-feira do programa semanal de rádio "Café com o Presidente", Lula falou sobre a sensação de presenciar essa conquista da estatal.
- Eu acredito que ser brasileiro, conhecer a história da Petrobras e viver o 21 abril de 2006 como eu vivi, eu acho que é uma dádiva de Deus - afirmou.
O presidente lembrou as críticas que a estatal enfrentou no decorrer de sua história.
- Eu sei que a Petrobras desde 1953, com o decreto de Getúlio Vargas, foi vítima de críticas daqueles pessimistas que gostam de criticar tudo, daquele mesmo que disse que a Petrobras não ia dar certo, daquele mesmo que disse que o Ronaldinho nunca mais ia voltar a jogar bola depois que ele machucou o joelho, daquele mesmo que dizia que o Zico não podia ser jogador de futebol porque era franzino. Esses pessimistas são vencidos com a realidade - disse.
Lula destacou que a P-50 terá capacidade de armazenar o petróleo produzido diariamente no país.
Depois da festa do anúncio da auto-suficiência em petróleo, no dia 21, o PSDB entrou no Tribunal Superior Eleitoral com duas representações contra as propagandas da auto-suficiência da Petrobras veiculadas pelos meios de comunicação.
Os oposicionistas afirmam também que o presidente transformou o evento em campanha eleitoral, afirmando que seu discurso está cada vez mais distante da população.
Segundo eles, o Brasil precisa de uma reforma política urgente para impedir "abusos como os cometidos por Lula, usando a máquina pública e realizações que não são suas".
Para o anúncio da auto-suficiência feito nesta sexta-feira, o governo montou uma operação de marketing milimetricamente planejada. Em uma das cerimônias, realizada no Rio, o presidente salientou as conquistas de seu governo, aos gritos de "Lula outra vez", vindos de funcionários da estatal - incluindo executivos da empresa - que estavam na platéia.
Pouco antes, na plataforma instalada na Bacia de Campos, ele mergulhou as duas mãos em óleo, repetindo gesto de Getúlio Vargas, em 1953, cuja foto a Petrobras fez questão de distribuir.